09/03/2018 às 06h51min - Atualizada em 09/03/2018 às 06h51min

Fragmentação ameaça marcar corrida ao Buriti

Confronto entre duas ou três forças apenas vira coisa do passado. Ao menos 13 nomes já estão lançados

Jbr

Desgosto popular com a política atual, ausência de lideranças, guerra de egos, campanhas nacionais e a fragilidade do Palácio do Buriti criam as condições perfeitas para uma eleição fragmentada para o Governo do Distrito Federal (GDF). O cenário ainda pode mudar, mas agora há condições para até 13 chapas majoritárias.

Neste tabuleiro fracionado, está pré-traçada uma eleição de dois turnos, onde a baixa rejeição será fundamental. Afinal, apesar de divergentes as pesquisas locais apontam para aproximadamente 65% de eleitores indecisos ou pendendo para o voto branco ou nulo.

Apesar de focar na eleição de deputados federais, a nova frente composta por PSD, PSDB, PRB, PSC, Patriotas, DC e PMN, mexeu, indiretamente, no tabuleiro majoritário. Sem definir um lado, o novo polo tem ainda mais representatividade pelo fato de ser uma extenção da grupo cristão, composto por PRB, Pros, Podemos, PSC e Patriotas.

A direita tradicional representada por PR, PTB, DEM, PTB, PP não conseguiu ainda convergir. Na tarde ontem, o PTB lançou a pré-candidatura do presidente regional Alírio Neto. “Minha proposta é ser um elemento catalisador de união”, afirma o pré-candidato.

O PR engatilhou a corrida de Jofran Frejat. Para o presidente regional Alexandre Bispo, é natural que as forças conservadoras disparem pré-candidaturas. Mas projeta a convergência do campo antes das eleições de outubro. Frejat aparece em destaque nas pesquisas, por isso, os republicanos trabalham para reforçar sua imagem.

No campo da esquerda, hoje o PDT lançará o presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Joe Valle (PDT). Nacionalmente, o movimento dará palanque para a aposto da agremiação para o Palácio do Planalto, Ciro Gomes. No caso de Valle, o grande desafio será conseguir uma coligação competitiva.

Com ou sem fragmentação, o PSB já traçou uma estratégia. Os socialistas pretendem confrontar os resultados da gestão Rollemberg com as heranças dos grupos conservadores nas últimas décadas do Executivo. “A centro-esquerda é mais coerente de se unir em um segundo turno, diferente da centro-direita”, diz o presidente regional do PSB, Tiago Coelho.

Todos os casos citados são figuras carimbadas da política. Mas o tabuleiro também recebe nomes inéditos como Alexandre Guerra (Novo), Maria de Fátima (PSol) e o general Paulo Chagas (PRP).

Fake news podem ser maior inimigo

A batalha nas redes sociais será decisiva, segundo o cientista político Valdir Pucci. E a luta não será na apresentação de propostas, mas sim na defesa contra os ataques protagonizados hoje pelas mentiras armadas das fake news. Para Pucci, campanhas despreparadas serão demolidas.

“As redes serão palco de tentativas constantes de destruição de reputações”, reforça. Outro ponto decisivo será a definição da melhor estratégia para capturar os indecisos e reverter brancos e nulos.

“A sociedade não aceita mais qualquer discurso. Os candidatos devem mostar que têm condições de fato de cumprir com as promessas. O eleitor moderno sabe onde achar as informações. E não tenha dúvidas que ele vai atrás da biografia de cada um”, explica.

Pucci observa com ceticismo a tese da ascenção da nova política nestas eleições. Não pelo fato de não concordar com o desejo popular de renovação, mas por não ver condições eleitorais para isso.

“O eleitor quer o novo, os partidos não. Vejo o GDF. Muitos nomes são repetidos. A renovação é uma tarefa difícil. As próprias regras eleitorais dificultam”, comenta. Na composição atual, as agremiações concentram poderes nos caciques tradicionais, de centro, esquerda e direita para a composição de nominatas proporcionais e majoritárias.

Majoritários

Confira o mapa das forças com potencial majoritário:

Mesmo com a avaliação negativa pela população, o PSB aposta na reeleição do governador Rollemberg.

O PDT trabalha a pré-candidatura de Joe Valle. O partido quer ocupar o protagonismo da esquerda, até então do PT.

Depois de sucessivas tentativas com Toninho do PSol, o PSol desta vez investe no discurso aguerrido da professora Maria de Fátima.

O PT pende entre as pré-candidaturas do ex-ministro Ricardo Berzoini e do professor Afonso Magalhães.

Com o discurso da criatividade e a inovação para melhorar a gestão, Alírio Neto é o pré-candidato do PTB.

Aguardando o resultado de uma pesquisa mais confiável, o presidente regional do DEM, o deputado federal Alberto Fraga não abre mão do Buriti.

Apresentando trânsito entre a direita e a esquerda, Jofran Frejat (PR) avalia qual é melhor coligação, mas pende para a direita.

O eixo MDB-PP não tem um nome oficial no momento. Mas tem força para apresentar, ainda mais pela instabilidade do cenário. O ex-vice-governador Tadeu Filippelli não é carta fora do baralho.

Apesar de haver tucanos empoleirados no GDF, Izalci Lucas articula intensamente uma pré-candidatura do PSDB.

O PPS apresentou o nome do ex-ministro do Tribunal de Contas da União Valmir Campelo como um potencial cabeça de chapa.

A eleição de federais e distritais é a prioridade de PSD, PSDB, PRB, PSC, DC, Patriotas e PMN. Mas em segundo momento o grupo poderá definir uma estratégia majoritária. Ainda mais por ter ligações com Podemos e Pros, na frente cristã.

No campo da nova centro-direita, o empresário Alexandre Guerra é a sugestão de renovação do Novo.

No embalo de Jair Bolsonaro, o general Paulo Chagas busca o GDF. Atualmente está fileiras do PRP.


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