11/03/2018 às 07h09min - Atualizada em 11/03/2018 às 07h09min

A tropa de choque de Rollemberg

Até 7 de abril, 15 integrantes do alto escalão poderão desembarcar do GDF para concorrer no próximo pleito. Todos devem disputar votos com a bandeira do governador, que contará com uma linha de defesa contra os ataques da oposição.

Ana Viriato
Correio Brazilliense

Um olho na conclusão de projetos e outro na corrida eleitoral: a um mês para a data-limite de desincompatibilização de cargos, pelo menos 15 integrantes do alto escalão do Executivo local estudam deixar os postos e dar largada às campanhas por cargos eletivos — desses, sete definiram que se afastarão das funções até 7 de abril (leia quadro). Cada um pretende priorizar bandeiras ligadas às áreas as quais se dedicaram durante a gestão. Contudo, terão um lema em comum: a defesa do legado do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

 

 

 

 

 

 

Dos 15, seis são filiados ao PSB-DF. Eles fazem parte do projeto do partido de construir uma boa nominata para as eleições proporcionais. A ideia da sigla é reverter o revés de 2014, quando, por priorizar a chapa majoritária, não emplacou deputados distritais ou federais. A legenda conseguiu representação na Câmara Legislativa apenas na janela partidária de março de 2016, com as filiações de Luzia de Paula e Juarezão.

 

 

 

Ex-presidente regional do PSB e secretário de Cidades, Marcos Dantas deixa claro, desde o ano passado, o interesse pelo mandato de deputado federal. O socialista prepara-se para encarar as urnas pela primeira vez. “Bati o martelo e virei o prego para não ter chance de dar errado. Há uma grande demanda do PSB, que precisa aumentar a representação. E é um desejo pessoal. Estou preparado. Quero defender a trajetória do governo do qual participo desde o primeiro dia”, disse o ex-titular das pastas de Articulação Política e Mobilidade.

 

 

 

Secretário de Meio Ambiente, Igor Tokarski concorrerá a uma cadeira na Câmara Legislativa. Integrante do governo desde o início da gestão, ele avalia que o trabalho realizado no Executivo local possa ser potencializado com um mandato parlamentar; por isso, estará na linha de defesa de Rollemberg. “Apostaremos em uma pauta com a garantia de maiores investimentos. Passamos três anos limitados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas equilibramos as contas e podemos apresentar um novo quadro”, resumiu.

 

 

 

Integram a lista dos socialistas que confirmaram o afastamento das funções o subsecretário de Mobiliário Urbano e Participação Social, Marlon Costa; a assessora especial de gabinete da Governadoria e ex-secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar; e o subsecretário de Direitos Humanos, Rodrigo Dias.

 

 

 

O secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação, Thiago Jarjour (sem partido), ainda não definiu a qual sigla se filiará para disputar o cargo de deputado distrital. Há, porém, uma exigência: a futura legenda precisa integrar o grupo de aliados a Rollemberg. Isso porque, em outubro passado, Jarjour saiu do PDT após o partido deixar a base governista. “Estarei no governo até o último dia. Não faz sentido entrar em um barco de oposição no fim das contas”, lembrou.

 

 

 

Titular da pasta de Esporte, Turismo e Lazer, Leila Barros também participará da corrida eleitoral — resta saber se pelo PRB ou por outro partido. A ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica teve uma reunião ontem com o presidente regional da sigla, Wanderley Tavares, para avaliar as possibilidades. Ela deve definir se permanece na legenda na segunda-feira, em uma nova reunião. É cotada como um nome forte para disputar o Senado na chapa de Rollemberg.

 

 

 

Indecisos

 

 

 

Na lista dos oito indecisos quanto à possibilidade de encarar as urnas está a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos. Fiel escudeira de Rollemberg e servidora de carreira do Senado, ela é encorajada a concorrer ao próprio Senado. Aliados a enxergam como a melhor opção para encarar, com argumentos técnicos e objetivos, debates espinhosos que abordem, por exemplo, a decisão do Buriti de não pagar o reajuste do funcionalismo local e da Polícia Civil.

 

 

 

Nome cotado para a Vice-Governadoria por causa de prestígio no setor produtivo, o secretário de Economia, Desenvolvimento, Inovação e Tecnologia, Valdir Oliveira, despista ao falar sobre uma composição ao lado do governador no pleito. “Conjectura sempre tem, mas nunca conversei profundamente sobre a questão com alguém”, afirmou o irmão do pré-candidato ao Senado Chico Leite (Rede).

 

 

 

Com habilidade técnica e envolvimento em grandes projetos, como a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e o Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), o secretário de Gestão do Território e Habitação, Thiago de Andrade, ainda não confirmou candidatura a um cargo proporcional. “Gosto de executar; portanto, preferia continuar no meu cargo. Mas há um apelo dos setores ao qual sou ligado. Além disso, faço parte de um projeto político. Tomarei a decisão nos próximos dias”, garantiu.

 

 

 

No ano passado, Maria de Lourdes Abadia passou a integrar o governo, numa investida de Rollemberg pela aproximação com o PSDB. A tucana é cotada para o cargo de vice-governadora, função exercida ao lado de Joaquim Roriz, mas aguarda a decisão nacional do partido para se posicionar sobre as possibilidades relativas ao pleito. O secretário de Cultura, Guilherme Reis; o de Educação, Júlio Gregório; e o de Turismo, Jaime Recena, não definiram se entrarão no páreo. Assim como a presidente da Agefis, Bruna Pinheiro.

Cristovam pode sair para presidente Apesar de o PPS ter fechado as portas para a candidatura do senador Cristovam Buarque à Presidência da República, o parlamentar ainda pode sonhar com a possibilidade. Comandante regional do PV e vice-presidente do partido a nível nacional, Eduardo Brandão o convidou informalmente para se filiar à sigla e entrar na disputa pelo Palácio do Planalto. Durante a visita, Cristovam não respondeu que sim nem que não — deixou o cenário em aberto. Brandão conversará sobre a proposta com o presidente da legenda nesta terça-feira, em Brasília. Depois, deve sondar o senador mais uma vez sobre a oferta. Se aceitar, Cristovam concorrerá ao posto pela segunda vez. Em 2006, recebeu 2,6 milhões de votos, mas perdeu o pleito para Luiz Inácio Lula da Silva ainda no primeiro turno.


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