A pouco menos de duas semanas para o fim do prazo de trocas partidárias e novas filiações, pelo menos seis distritais ainda procuram uma sigla para disputar as eleições deste ano. Entre os sem legenda estão Cláudio Abrantes, Rodrigo Delmasso (foto em destaque) e Sandra Faraj, que estudam convites e nominatas antes de se definirem. Por outro lado, há quem ainda esteja filiado, mas em clima de despedida, como Juarezão deixando o PSB, e Robério Negreiros, que deve desembarcar do PSDB. Além deles, Liliane Roriz não é mais bem-vinda no PTB.
Com o tempo se esgotando, o problema para os parlamentares é conseguir partidos que lhes deem estrutura para a reeleição. Na visão dos próprios distritais, siglas de grande expressão possuem muitos nomes de peso, o que causa “congestionamentos” de possíveis potenciais eleitos. Legendas pequenas, principalmente quando são mal coligadas, não conseguem formar quociente eleitoral e, mesmo que o candidato alcance um alto número de votos, pode ficar de fora.
É o exemplo de Rodrigo Delmasso, que recentemente foi retirado da presidência regional do Podemos para dar lugar à ex-deputada distrital Eliana Pedrosa, a qual iria disputar pelo partido a cadeira do Palácio do Buriti. Sem que sua nova colega definisse uma nominata para ajudá-lo em seu objetivo de se reeleger, Delmasso resolveu buscar uma nova sigla.
“Eu devo decidir até sexta-feira [30/3], pois os partidos querem que os demais candidatos não sejam pegos de surpresa. Os partidos têm medo da minha entrada, porque pode espantar outros candidatos, por causa dos votos que tive”, explica o distrital. Ele completa: “Hoje, tenho conversas adiantadas com cinco partidos: PSDB, PSD, PHS, PTC e PRB. No momento, para podermos discutir isso, não me interessa que o partido já tenha definido apoio a candidatos a governador ou pregue contra as minhas bandeiras”, explica Delmasso.
Vai, não vai
O caso de Robério Negreiros é bem parecido, com uma diferença: o parlamentar queria que o PSDB destituísse da presidência local o interventor e deputado federal Izalci Lucas. O distrital, então, passou a negociar com outros partidos, entre eles o Podemos, que mal perdeu Rodrigo Delmasso e já ficará sem sua nova presidente regional, Eliana Pedrosa. O tucano foi convidado para presidir a legenda, com a condição de ser candidato a deputado federal, mas declinou a proposta.
“Não estou interessado em disputar para deputado federal. Não é meu objetivo. Então, avisei, por telefone mesmo, que eu não iria mais para o Podemos. Não há mais uma decisão sobre sair do PSDB, porque acho que essa determinação [manter Izalci no comando] foi só um fôlego, pois o PSD nacional interveio junto ao PSDB. Lá na frente, se o Geraldo Alckmin não deslanchar, eles voltarão atrás”, afirma Robério, que admite uma aproximação com o Democratas, de Alberto Fraga, possivelmente candidato a um cargo majoritário.
Arrumando as malas para sair do PSB, agremiação do governador Rodrigo Rollemberg, o distrital Juarezão estudará com seu grupo político qual será seu destino até domingo (25/3). Segundo o parlamentar, estão em sua lista de possíveis partidos o PR, que formalizou convite por meio de sua direção nacional e regional, e o PRB.
O distanciamento de Juarezão do PSB e do próprio governador já vem se concretizando há algum tempo. Rollemberg retirou cargos do companheiro de legenda recentemente, depois que o distrital votou a favor da derrubada de um veto para a contratação de profissionais da saúde. No início do mês, a sigla não convidou o parlamentar para sua convenção nacional.
Sem partido, o deputado Cláudio Abrantes, desde que deixou a Rede Sustentabilidade, ainda corre contra o tempo. Existe uma grande dificuldade para encontrar uma sigla, por causa de uma exigência do parlamentar: que a legenda na qual ele ingresse não se alie nas urnas com o governador Rodrigo Rollemberg.
“Eu tive convite do PV, mas, como eles não decidem se ficarão ou não com o Rodrigo, não me vejo perto deles”, explica Abrantes, que ainda analisa quais partidos poderão recepcioná-lo.
Excluídas
Duas deputadas ainda caminham sem destino por entre os partidos. Liliane Roriz e Sandra Faraj, recentemente, ouviram de dirigentes de suas agremiações que “não eram bem-vindas”.
Pelo PTB, o presidente regional, Alírio Neto, afirmou que não terá candidatos com mandato entre os aspirantes ao Legislativo local – caso de Liliane. A deputada, até hoje, não se manifestou publicamente sobre o assunto, mas tem dito que cuidará do pai, o ex-governador Joaquim Roriz, o qual tem sofrido com problemas de saúde. Mesmo que deseje concorrer, esbarra na Justiça, pois está inelegível e aguarda recurso a ser julgado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A decisão do Solidariedade contra Sandra veio de cima. Mais precisamente, do presidente nacional, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, e da Executiva. No comunicado, ele disse não ter interesse na permanência da distrital no partido, por causa de interferências na direção local. Sandra afirmou, à época, que não tinha disposição em permanecer e já estudava sua ida para outra sigla.
Procuradas, as deputadas preferiram não se manifestar.