Eleito deputado federal por três vezes, Filippelli conquistou a vice-governadoria em 2010, numa dobradinha com Agnelo Queiroz (PT). Em 2014, acabou vencido, ao concorrer à reeleição. Desde então, atua nos bastidores. Ocupava o posto de assessor especial do presidente Michel Temer (MDB) e sonhava com o comando do GDF. Os planos foram frustrados em maio de 2017, quando a Polícia Federal o prendeu temporariamente na Operação Panatenaico, por irregularidades na construção do Estádio Nacional Mané Garrincha.
Longe do poder desde 2010, quando renunciou ao cargo de governador interino do DF devido ao escândalo da Operação Caixa de Pandora, Paulo Octávio (PP) também pretende voltar ao protagonismo neste ano. O empresário concorrerá ao Senado, provavelmente, na chapa encabeçada pelo ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR), ao lado de um vice indicado por Tadeu Filippelli e de Alberto Fraga (DEM). “Fui senador por quatro anos, um período em que pude ajudar Brasília. Agora, é continuar esse trabalho, a fim de afetar de forma positiva a governabilidade da cidade, buscando recursos e apresentando bons projetos”, apontou.
Mesmo sem mandato há anos, alguns pré-candidatos miram o cargo de maior prestígio no jogo político do Distrito Federal: o Palácio do Buriti. Na visão de interlocutores, o posicionamento trata-se de um blefe, usado na barganha por espaço na chapa majoritária. Eles, contudo, garantem que pretendem levar o plano até o fim. Este é o caso da ex-distrital Eliana Pedrosa (Podemos), do ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-deputado federal Valmir Campelo (PPS), do ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR), e do ex-distrital Alírio Neto (PTB).
No comando do Podemos desde outubro passado, Pedrosa tem participado de reuniões para estruturar a nominata. “Meu objetivo dentro do Podemos é sair para o governo do DF. Hoje, há um número grande de pretendentes ao GDF, cada um tem seu sonho de poder conduzir a capital”, analisa. A candidatura, entretanto, depende da posição adotada pelo partido quanto ao projeto de reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB).
Ex-secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) no governo de José Roberto Arruda, Pedrosa foi convidada pelo ex-governador a compor uma chapa ao seu lado, em 2014. A composição acabou vetada pelo PPS, partido ao qual era filiada, às vésperas da eleição. Foi lançada, então, à Câmara dos Deputados, mas não conquistou uma cadeira, apesar dos mais de 55 mil votos recebidos.
Lançado pelo PPS ao Executivo local no último mês, Valmir Campelo foi eleito pela última vez em 1990. À época, venceu a disputa pelo Senado. Quatro anos depois, concorreu ao Buriti, mas acabou vencido por Cristovam Buarque (PPS). Desde então, não participou mais das eleições. “Estamos flexíveis quanto à candidatura e dispostos a conversar para formar um grupo de pessoas dignas, que possam representar Brasília. Quero somar. Tenho trabalho comprovado e ficha limpa. Isso é importante”, pontuou. Ele descarta disputar um cargo proporcional.
Largada pelos votos
Dos três, Frejat é aquele em que todos apostam para ir até o fim. Recordista de mandatos no DF, ele ocupou um cargo eletivo, pela última vez, entre 2006 e 2010. Na última corrida eleitoral, foi convocado pelo ex-governador José Roberto Arruda (PR), barrado pela inelegibilidade, a concorrer pelo Buriti. Na disputa com Rollemberg, alcançou 649.587 votos no segundo turno. Para o pleito deste ano, aposta no recall e na ficha limpa.
Outro que não deve arredar o pé da disputa é Alírio Neto. Ex-presidente da Câmara Legislativa, ele esteve no poder até 2014, quando concorreu a deputado federal. Apesar dos 78.945 votos recebidos, não foi eleito. Neste ano, recebeu do alto escalão do PTB a garantia de cofres cheios para a campanha. Lançado pré-candidato no mês passado, trabalha numa aliança com PSDB, PSD, PRB e outros partidos da frente cristã.