Recebi agora à noite de um influente assessor do governador Confúcio Moura que o chefe do poder executivo estadual deixará o cargo na próxima quinta-feira o comando do governo para o seu vice, Daniel Pereira, do PSB, ex-deputado petista por dois mandatos, iníciando sua carreira como professor na cidade de Cerejeiras e depois como parlamentar estadual em Porto Velho pelo PT.
Depois de pensar bastante se deixaria o cargo, Confúcio resolveu "chutar o balde" e na próxima quinta-feira passará o bastão para o seu vice, com cerimônia discreta no Palácio Tancredo Neves. Confúcio, inclusive, já nomeou duas secretárias particulares: as tenentes Adma e Michele, que trabalham no Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. Confúcio ficará cercado de mulheres, a sua esposa e duas militares, que vão fazer o trabalho de secretariar o ex-governador a partir de sexta-feira próxima.
Talvez o fato que mais está levando Confúcio a tomar essa decisão é a pressão que vem exercendo os professores da rede pública de ensino em greve há quase trinta dias e sem data para findar, devido à falta de comunicação e diálogo entre as partes envolvidas: governo e liderança dos professores. O desgaste do governador é imenso, principalmente agora que outra categoria resolveu paralisar suas atividades, a dos servidores ligados à saúde, aumentando mais ainda a pressão contra o chefe do executivo estadual.
Como Confúcio é candidato a senador este ano, sua saída será para evitar o prolongamento desse desgaste que está sobremaneira lhe atrapalhando rumo a uma cadeira no Senado Federal em 2019. Agora, precisa-se saber por qual partido, ou pelo MDB, ou por qual agremiação? Só as convenções vão dizer, mas Confúcio é esperto na política e sabe que o partido o qual é filiado está passando por uma crise sem precedentes, tendo seu presidente nacional, Michel Temer, próximo das grades, em razão de seu envolvimento com a turma da propinagem do Porto de Santos, desvendado na Operação Scala, que prendeu os principais amigos do presidente e soltos na semana passada após parecer da procuradora da República que convenceu o ministro Barroso que a prisão temporária já havia conseguido seu objetivo. Será que ela está convicta de que há provas suficientes para denunciar o atual presidente do Brasil no STF?
Mas mesmo com esse desgaste todo, Confúcio deixará sua marca, principalmente no segundo mandato. Goste ou não goste. Na minha opinião, é merecedor de elogios, porém poderia ter evitado esse movimento de pressão exercido pelos professores caso dialogasse com a categoria para buscar uma saída rápida pelo fim da paralisação, que está prejudicando todos os estudantes da rede pública estadual, bem como os próprios trabalhadores do ensino, que já vêm sofrendo há décadas diante da falta de interesse dos governantes em aplicar na melhoria do ensino no Estado de Rondônia. Em suma, sou o primeiro jornalista em Rondônia a publicar a decisão do governador tomada na parte de hoje de entregar o comando ao seu vice, Daniel Pereira, que sempre foi um político correto, íntegro, um sindicalista combativo e respeitado, criado no ceio do Sintero, que quando era deputado estadual, deu grande contribuição à luta dos professores do Estado de Rondônia. Agora como governador, penso eu, que a partir de sexta próxima, seu primeiro ato será o de chamar a liderança dos professores para falar das tratativas que poderão pôr fim à greve no magistério do Estado de Rondônia. Mas se o governador até quinta-feira mudar de idéia, ou seja, não querer deixar o comando do governo para o seu vice, que me perdoem os nossos leitores do qual me comprometo em publicar uma matéria dessa grande indefinição do governador se deixa ou não a cadeira de chefe do poder executivo estadual rondoniense em favor do seu vice, Daniel Pereira (PSB), e se esse fato se concretizar, torceremos para que saiba conduzir com maestria os destinos desse Estado até 31.12.2018.