07/04/2018 às 11h11min - Atualizada em 07/04/2018 às 11h11min

Presunção de inocência ou a confiança cega na impunidade?

www.brasiliaagora.com.br

Nunca se falou tanto no Brasil na tal “presunção da inocência” como nos últimos anos.  O Brasil está mudando? As leis não estavam claras? Ou será que até há pouco tempo as leis brasileiras valiam apenas para os cidadãos comuns?
 
Passamos décadas e décadas sem que políticos, juristas ou gestores públicos debatessem essa questão. E, se observamos os motivos pelos quais essas
discussões, tão acaloradas nos últimos tempos, estão ocorrendo, pode-se afirmar com clareza o motivo: a Justiça chegou aos que tratam o povo brasileiro com
descaso, para não dizer como imbecis.
 
A Justiça está, de certa maneira, sendo feita também para os bandidos de “colarinho branco”. Melhor  explicando: está atingindo políticos, gestores públicos,
empresários e muitos outros que sempre agiram em causa própria, enriquecendo com o dinheiro do povo.
 
Depois de séculos de roubalheira e a certeza da impunidade, estamos vendo que o Brasil pode, sim,  entrar nos trilhos, e com a ajuda da Justiça, que deve
ser para todos. Tudo o que mais se pediu no Brasil era que isso ocorresse e, quando começa a funcionar, somos  obrigados a ler e ouvir absurdos que mais parecem uma pedrada na cara da sociedade a cada frase absurda usada para defender o que não tem defesa.
 
As falácias tomaram o lugar dos argumentos e têm causado uma certa revolta também em quem quer ver o Brasil passado a limpo. A indignação quanto à prisão
de Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, é uma delas. Quando a defesa diz que Lula não pode ser preso, porque o povo brasileiro tem o direito de votar nele. Como assim? Ele não poderia ser preso se não tivesse passado por julgamento. Passou por dois. Não poderia ser preso se o Supremo Tribunal Federal, em 2016, não tivesse batido o martelo de que é possível decretar a prisão
após segunda instância. Não poderia ser preso se, mesmo após o julgamento,
em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não tivesse analisado um habeas corpus para livrar o político da cadeia e tivesse decidido a seu
favor, o que não ocorreu. E mesmo assim, como não foi possível julgar o HC antes do dia 26 de abril, data marcada para o julgamento dos embargos declaratórios
do seu julgamento em segunda instância, no TRF 4, o mesmo tribunal concedeu liminar, uma espécie de salvo conduto, para que ele ficasse em liberdade até
o julgamento do STF, marcado e ocorrido no dia 6 passado, no qual a maioria dos ministros votou por negar o habeas corpus (6 x 5).
 
Depois de tudo isso, temos de ouvir ministros (derrotados no plenário) pregando que é uma ilegalidade o que está ocorrendo no Brasil. Querem mudar a lei porque é o maior líder político do País que está precisando que ela seja modificada.
 
Pior: querem derrubar o que se conquistou porque há, além do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, inúmeros outros políticos envolvidos no esquema que surrupiou o povo brasileiro.
Mais uma vez vale a pena repetir: nunca, nunca na história deste País se discutiu tanto sobre prisão, presunção de inocência, habeas corpus, Constituição Brasileira
(que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória"). Nunca!
 
Discute-se atualmente porque são os políticos que estão na mira da Justiça. Se fosse um “Zé qualquer”, jamais ganharia tamanha repercussão esses assuntos.
 
E agora querem o povo nas ruas para questionar as leis brasileiras. Querem o povo nas ruas para defender corruptos. Querem o povo na rua para servir de escudo para ladrões.
 
Muda, Brasil! Chega de tanta roubalheira!
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »