A 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro aceitou nesta semana a 22ª denúncia contra o ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Além de Cabral, foram denunciados o ex-presidente da Federação do Comércio do Rio (Fecomércio-RJ) Orlando Diniz e outras 11 pessoas, por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Orlando Diniz ofereceu vantagens indevidas a Cabral em benefício de empresas associadas à Fecomércio-RJ e também empregou funcionários fantasmas no sistema Sesc/Senac (que abrange o Serviço Social do Comércio e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, ao qual a Fecomércio é vinculada), a pedido do ex-governador. O esquema teria movimentado quase R$ 6 milhões.
O MPF diz ainda que o presidente da Fecomércio valeu-se por diversas vezes do esquema de lavagem de dinheiro comandado por operadores financeiros de Cabral para ocultar e dissimular a origem ilícita de dinheiro.
A denúncia também apontou envolvimento de Wilson Carlos, Ary Filho, Sérgio Castro de Oliveira, o Serjão, Carlos Miranda, Jaime Luiz Martins, João do Carmo Monteiro Martins, Manuel João Pereira, Sônia Ferreira Batista, Carla Carvalho Hermansson, Ione Brasil Macedo e Gladys Silva Falci de Castro Oliveira.
Em dois casos, segundo a narrativa do MPF, duas funcionárias pagas pela Fecomércio prestavam serviço direto a Cabral, como secretária particular e chefe de cozinha. Nos demais casos, funcionárias e familiares dos envolvidos recebiam sem trabalhar.
As irregularidades começaram ainda no ano de 2004, quando Cabral era presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e prosseguiram durante os dois mandatos dele como governador.
A denúncia foi aceita pelo juiz federal Marcelo Bretas no último dia 3.