Lançando as pré-candidaturas do deputado federal Rogério Rosso (PSD) e do senador Cristovam Buarque (PPS) para o Senado, a Terceira Via consolida a posição de disputa pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Em busca de novos aliados, como o senador José Antônio Machado Reguffe, atualmente sem partido, o grupo deverá definir os pré-candidatos para governador e vice-governador dentro dos próximos 30 dias.
Com o movimento, o Bloco agora é, oficialmente, rebatizado como Aliança Alternativa. Tendo bases com PSD, PSDB, PRB, PPS, PTB, PSC, DC, PMN, PMB, PPL e Patriotas, o grupo deverá definir a chapa pelo Palácio do Buriti entre 5 pré-candidatos declarados: presidente regional do PRB, Wanderley Tavares, do deputado federal Izalci Lucas (PSDB), do presidente regional do PTB, Alírio Neto, de Goudim Carneiro (PMB) e Marli Rodrigues (PSC).
A definição será cravada por uma pesquisa técnica e política. Os pontos-chave serão: intenções de voto, menor rejeição, capacidade de crescimento, estrutura (tempo de TV, recursos, nominata do partido), segurança jurídica e capacidade de vencer no 2º turno. Ou seja, pelas contas da Aliança a eleição em dois turnos é certa.
Segundo o presidente regional do PRB, as pré-candidaturas são mais um passo na construção de uma proposta alternativa para o DF. “Eu acho que são dois grandes nomes. Cada um com perfil de eleitores diferentes que se complementam muito bem”, resume Tavares. Izalci Lucas por outro lado, reforça que o grupo se fechará ao governador Rollemberg (PSB). “É a Via da Oposição”, diz.
Para o presidente regional do PPS, Francisco Andrade, há espaço para outras forças. “Essa é uma composição que nos agrada. E ela ficará mais redonda com a agregação de novos partidos”, comemora. Pontes ainda estão de pé para PHS, Podemos, PSL, Rede e PDT. Mas as futuras negociações não passarão mais pelas vagas para o Senado, que já estão definidas.
Na tentativa de blindar a aliança de ataques externos, o grupo passará a tomar decisões de forma colegiada em reuniões semanais. Em outras palavras, quem quiser conversar, em caráter oficial, com os grupos agora terá que ir aos encontros para falar com todos ao mesmo tempo.
A Aliança Alternativa terá, na teoria, aproximadamente 30% do tempo de televisão e do Fundo Partidário nas eleições. Este é o mesmo tempo com que contará a coligação construída por Jofran Frejat (PR), com MDB, DEM e PP.
Entrevista Rogério Rosso
Defesa dos servidores
A pré-candidatura de Rosso ao Senado nasce com bandeiras dos PSD. Valorização dos servidores e incentivo ao setor produtivo são exemplos. Mas em busca do apoio do senador Reguffe, Rosso e a Aliança Alternativa defenderão em bloco a desoneração da Saúde Pública, defendida pelo parlamentar.
O PSD foi um dos principais fiadores da eleição de Rollemberg em 2014. Movimento avaliado hoje como um erro. Novamente, o partido apoiará outro partido. Para evitar que a história se repita, Rosso aposta na palavra e na construção de uma agenda comum.
Jornal de Brasília (JBr.): Por que pré-candidatar-se ao Senado?
A prioridade do PSD está nas chapas proporcionais. Mas o conjunto da Aliança e principalmente a população têm feito esta chamada, este convite, este apelo. Então seria pré-candidato para defender as bandeiras do PSD, como já faço na Câmara.
(JBr.) Que bandeiras?
Rogério Rosso (RR) A defesa do servidor público. A autonomia financeira das cidades. A universidade pública do DF. A criação da Cidade da Saúde, com inovação para a Saúde Pública. A implantação de uma área livre de taxas, impostos, no atendimento da população na Saúde, uma Zona Franca da Saúde para medicamentos de uso continuado. Outra bandeira partidária é a Cidade do Servidor, inclusive para a Segurança Pública. O incentivo para o micro e pequeno empresário. E a escola em tempo integral.
(JBr.) Hoje o Buriti não tem laços com o senadores locais. O DF perde neste quadro?
(RR) Perde a interlocução permanente com o Governo Federal. Não só nos aspectos do orçamento e da defesa das emendas, mas também perde sinergia com o Governo Federal e força politica para que o DF tenha mais recursos, programas. Ficar isolado, para um governo, é seguramente perder investimentos e oportunidades para melhorar a qualidade de vida da população.
(JBr.) O PSD foi um dos principais aliados de Rollemberg em 2014. Acabou escanteado do governo. O que fazer para este filme não ser reprisado?
(RR) Acreditamos sempre na palavra. Qualquer relação profissional, pessoal ou política precisa ser de confiança. Confiamos que o governo Rollemberg implantaria minimamente a bandeiras de campanha de 2014. Da mesma forma que a população do DF se arrependeu de eleger o Rodrigo, nós também nos arrependemos. Nossa Aliança é pautada pela confiança de uns nos outros. Por isso que desta vez estamos fazendo uma agenda comum, um manual de procedimentos para o próximo governo, com referências para tudo: Saúde, Segurança, Mobilidade, desoneração de impostos na Saúde.
(JBr.) A desoneração na Saúde é uma bandeira de Reguffe. Isso é um aceno?
(RR) Estamos construindo todo planejamento para a Saúde e sugestão de desoneração exatamente pautados nas propostas do Reguffe. O senador é um dos parlamentar que mais nos orgulha no DF. E, independente, para quem ele vai apoiar ou não nas eleições, suas ideias precisam ser executadas. Se Reguffe fosse o candidato a governador, seria o nosso candidato.
(JBr.) Como o senhor encara o debate das grandes reformas do Estado?
(RR) Para o Brasil voltar a crescer economicamente, precisa da reforma tributária. A reforma mais importante institucional é a política. Temos que acabar com a reeleição, com o voto obrigatório, reduzir o o número de partidos. A última reforma que faria seria da previdência. E temos que tirar da cabeça que o servidor público é vilão, pelo contrario ele é a solução. Sou autor da emenda que está no Senado desde 2015, para redução da maioridade penal para 16 anos, obviamente com regras. Precisamos enfrentar os temas da Segurança Pública.
(JBr.) Como será disputar o Senado na mesma pré-chapa de Cristovam?
(RR) O senador Cristovam Buarque é reconhecido nacionalmente, especialmente pela defesa da Educação. Por isso, defenderemos a escola em tempo integral.
Serviço
Potencial
Veja as votações anteriores dos pré-candidatos:
Cristovam Buarque foi eleito senador em 2º mandato pelo PDT em 2010 com 833.480 votos.
Ex-governador, Rosso chegou à Câmara dos Deputados em 2014, tendo recebido 93.653 votos.