26/04/2018 às 07h27min - Atualizada em 26/04/2018 às 07h27min

Exploração sexual em boate no SIG dá prisão

Jbr

Uma denúncia de violência doméstica foi o que levou a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) a descobrir uma casa de prostituição situada no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). As investigações tiveram início em 2015 a pedido do Ministério Público, e ontem foi deflagrada a Operação Lupanar, que prendeu temporariamente três suspeitos de exploração sexual feminina.

Após a primeira denúncia, que partiu de uma ex-garota de programa envolvida com um dos suspeitos, novas denúncias de favorecimento e exploração sexual surgiram. A partir daí a Deam passou a investigar o caso e chegou até a Apple’s Night Club, apontada como a casa de prostituição envolvida no caso.

O estabelecimento funciona desde o ano 2000. Segundo a polícia, a prostituição era coordenada pelo proprietário, o gerente e um segurança. Eles dividiam as tarefas para que a logística funcionasse.

Para a contratação do programa, era necessário que as mulheres acertassem uma consumação mínima por parte dos clientes, que girava em torno de duas a três doses de bebidas alcoólicas. Já os programas eram cobrados entre R$ 500 e R$ 800. Desse valor, de 20% a 25% ficavam para a casa.
“É importante ser dito que a prostituição não é crime no nosso País, mas a sua exploração e facilitação são crimes previstos no Código Penal brasileiro”, pondera Sandra Melo, delegada da Deam. Os suspeitos serão indiciados por favorecimento à prostituição, manutenção de casa de prostituição, rufianismo (tirar proveito da prostituição) e associação criminosa, podendo pegar de seis a 17 anos de prisão somando todos os crimes.

Menores envolvidas

De acordo com a delegada, denúncias apontam que menores estariam envolvidas com a prostituição, usando documentos falsos. “Uma das denúncias indicava que adolescentes trabalhavam ali ocasionalmente, mas ainda é preciso realizar a apuração”, pondera.

Multa de R$ 100 por falta

Foram cumpridos três mandados de prisão temporária em desfavor de F.M.M., 45 anos, E.S.S., 44 e T.R.T., 26, além de mandados de busca e apreensão. Um deles foi detido na boate, e os outros em casa. A identidade deles não foi revelada.

Durante o cumprimento dos mandados foram encontrados e apreendidos documentos que comprovaram uma logística de controle dessas mulheres: “Para cada dia de falta eram cobrados R$ 100 de multa das garotas de programa. Além disso, havia um esquema muito organizado, com cobrança por intermédio de máquinas de cartões”, explica a delegada.

A Apple’s Night Club possui alvará de funcionamento de restaurante e bar. Até ontem, pelo menos, ela continuava aberta. Segundo a Polícia Civil, o fechamento do estabelecimento cabe à Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis).

A agência foi procurada pela equipe do JBr., mas, devido ao horário (fim da tarde), a assessoria alegou que não seria possível atender a demanda ontem.


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