28/04/2018 às 15h45min - Atualizada em 28/04/2018 às 15h45min

O Plano Real, 24 anos depois!

Vick Bacon
Vitória Bacon

 
Há exatos 24 anos, em 28 de abril de 1994, era publicada a Medida Provisória 482 que instituía oficialmente o Plano Real que vigoraria em 01 de julho daquele ano. Começaria a corrida eleitoral que colocou a então desconhecida Social Democracia (PSDB) ao poder com Fernando Henrique Cardoso.
 O início do Plano Real estava a pleno vapor. Fernando Henrique Cardoso saiu do Ministério da Fazenda para preparar sua candidatura presidencial. O presidente Itamar Franco não tinha um sucessão natural e Fernando Henrique ocupou essa vácuo graças ao sucesso do Real que ele liderou. Depois da eleição, Fernando e Itamar se desentenderam em relação quem foi o mentor do Plano Real, uma briga de ego que culminou no rompimento de qualquer relação entre os dois até sua morte (Itamar Franco).
O candidato à época pela esquerda, Luís Inácio Lula da Silva, estava à frente em todas as pesquisas de intenção de votos em relação a seu rival FHC. Lula que já tinha sido candidato em 1989 e foi derrotado por uma espécie de “coisa nova” na política pelo então candidato Fernando Collor de Mello, reunia as condições favoráveis e necessárias para ser eleito presidente em 1994. A necessidade urgente de equilíbrio das contas públicas através de uma moeda que trouxesse a estabilização monetária, foi um susto aos mais de 140 milhões de brasileiros que ainda não entendiam aquela fórmula mágica econômica desconhecida por um país que cumulou, de julho de 1965 a junho de 1994, uma inflação de 1,1 quatrilhão por cento. Sim, inflação de 16 dígitos, em três décadas. Ou precisamente, um IGP-DI de 1.142.332.741.811.850%.Inacreditável. Quem viveu essa época saberá recordar essas palavras nesse artigo em tela.
O plano real foi minuciosamente criado e costurado no período eleitoral para favorecer ao candidato do governo Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso. Quando anunciado a URV como uma espécie de treinamento para o Real em 28 de abril de 1994 coube os louvores e honrarias ao pré-candidato FHC. Lula e o PT iniciavam uma luta constante contra a implantação do plano a qualquer custo embora em vão. O medo da população com a inflação era tão gritante que o tema era da importância de todas as classes sociais. Ninguém aguentava mais a terrível inflação de décadas que crescia de geração a geração. A situação de FHC antes do Plano Real ser colocado em prática era tão desfavorável que ele amargava a quarta posição na corrida eleitoral, atrás de Lula, Brizolla e Maluf,
Uma curiosidade da eleição de 1994 foi a possibilidade da união entre o PSDB e o PT. As negociações estavam avançadas para Luiz Inácio Lula da Silva como presidente e Tasso Jereissati como seu vice. Tasso era governador do Ceará e presidente do PSDB na época. Arthur Virgílio Neto, senador em 2007 e prefeito de Manaus-AM (desde 2013), disse há oito anos atrás que a ideia não foi para frente porque o PT ficou contra o Plano real. O PT achava o plano eleitoreiro e não era sustentável para os trabalhadores. Segundo Arthur Virgílio, foi um erro “brutal” do PT negar apoio ao Plano Real, foi o começo da polarização PSDB-PT que perdura até os dias de hoje.
Se Lula tivesse topado o Plano Real, teria sido eleito, mas perdeu não só o vice como a eleição. Ele cometeu um erro brutal que foi negar o plano econômico, perdeu o vice do PSDB e a eleição. Após 24 anos, o PSDB que foi abençoado pela sorte de 1994 tem se esgotado e fadado a personagens que destruíram sua trajetória de sucessos.
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