03/05/2018 às 07h19min - Atualizada em 03/05/2018 às 07h19min

Justiça absolve mãe que jogou bebê no Lago Paranoá

Ela deverá fazer tratamento psiquiátrico. Depoimentos indicaram a mulher como uma "ótima mãe".

Jbr

A mulher acusada de jogar o filho de seis meses no Lago Paranoá em abril de 2017 foi absolvida pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). O magistrado entendeu que a periculosidade de Elizângela Cruz dos Santos Carvalho está diretamente relacionada com transtorno mental. Por isso, ela deverá ficar sob responsabilidade dos familiares e fazer tratamento psiquiátrico, psicológico e assistencial por pelo menos três anos.

Leia mais: Polícia encontra mãe de bebê morto no Lago Paranoá

A decisão foi tomada nessa segunda-feira (30) por Paulo Afonso Correia Lima Siqueira, juiz de Direito Substituto do DF. Para ele, não há necessidade de internação quando o tratamento ambulatorial é suficiente para realização do tratamento psiquiátrico necessário. Também foram considerados depoimentos que indicaram a mulher a “ótima mãe”, sem comportamentos ou crises anteriores.

“Sua internação seria, em uma análise transversal, uma real punição para os outros dois filhos da ré, que possuem o direito ao convívio e desenvolvimento junto com a sua mãe. Uma vez que as crianças e os adolescentes gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, inclusive do direito de serem criados e educados no seio de suas famílias. Sendo dever da família, da comunidade, da sociedade e do poder público garantir a convivência familiar”, afirmou.

Relembre o caso

Elizângela desapareceu em uma sexta-feira com o bebê e outro filho. A família chegou a registrar um boletim de ocorrência. No sábado, o menino mais velho foi deixado na porta de casa, em Santa Maria.

À polícia, a família contou que Elizângela passava por problemas psicológicos e chegou a enviar uma mensagem avisando que faria uma “viagem sem volta” .

Domingo à tarde, o corpo do menino foi encontrado no Lago Paranoá. O bebê vestia calça de moletom, camiseta regata e tinha uma chupeta azul presa à roupa. Apenas na segunda-feira a identidade dele e da mãe foi conhecida.

Elizângela foi encontrada em cima de uma árvore no Lago Sul, na terça-feira. Ela confessou à polícia que jogou o bebê na água, mas não soube dizer como chegou até o local.

 

ELIZÂNGELA ESTÁ EM CASA

A reportagem tentou contato com o marido de Elizângela, que na época do crime se identificou apenas como Iturialdi, mas ele afirmou não saber da absolvição da esposa. O advogado Onildo Gomes, porém, afirmou que Elizângela já está em casa com os outros filhos e garantiu ter informado aos familiares. “Desde o primeiro dia, quando a família ficou sabendo que a criança tinha se afogado no lago, eles estavam dispostos a ajudar no tratamento psicológico”, comentou.

Gomes garantiu ainda que os outros dois filhos receberam bem a mãe em casa. “Ela saiu na segunda-feira, por volta das 22h. Foi direto para casa. Ela está bem, inclusive os peritos atestaram que ela está apta a voltar ao convívio dos filhos”, completou o advogado.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »