Em depoimento prestado nesta quinta-feira (3/4), Maristela Temer, filha do presidente da República, Michel Temer, disse à Polícia Federal (PF) ter contado com “uma ajuda de camaradagem, amizade, quase familiar” de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do presidente há anos. A oitiva faz parte dos procedimentos adotados no inquérito que investiga o Decreto de Portos, editado pelo presidente supostamente em benefício a empresas do setor portuário. Além do emedebista, o coronel Lima está entre os investigados. Os detalhes do depoimento foram revelados pelo blog do Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.
O depoimento ocorreu na sede da PF, em Congonhas (SP), e durou cerca de quatro horas. O objetivo da polícia ao ouvi-la é saber qual a origem do dinheiro usado na reforma da casa dela. A depoente afirmou ter sido ela a responsável pela obra, com auxílio financeiro da mãe, além de empréstimo bancário. Maristela também declarou não ter recebido dinheiro do coronel ou da empresa dele, Argeplan.
Segundo seu advogado, Fernando Castelo Branco, a filha de Temer “prestou todos os esclarecimentos” para o delegado responsável pelo inquérito, Cleyber Nunes.
Inquérito
Maristela foi intimada a falar no processo decorrente da Operação Skala, que apura suspeitas de corrupção que envolvem o presidente, aliados e empresas do setor portuário. A suspeita dos investigadores é de que a reforma na casa da filha de Temer tenha sido um meio de lavar dinheiro de propina destinada a Temer.
As suspeitas contra o emedebista vieram à tona depois de fornecedores que trabalharam na obra admitirem ter recebido pagamentos em dinheiro vivo da mulher do coronel Lima Filho, apontado por delatores como intermediador de propina para o presidente.