04/05/2018 às 05h14min - Atualizada em 04/05/2018 às 05h14min

Delação de Funaro põe Tadeu Filippelli na mira do Ministério Público

Documento mostra um suposto envolvimento de Filippelli para beneficiar empresas de Henrique Constantino em troca de propina

Metrópoles
A delação do operador financeiro Lúcio Funaro, peça chave da Operação Lava Jato, poderá ser usada contra o ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli (MDB). Dois anexos da delação de Funaro serão compartilhados pela Procuradoria Geral da República (PGR) com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). As informações são do colunista Lauro Jardim, de O Globo.
Filippelli é citado nos anexos 17 e 20 da delação de Funaro, ao lado do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ). Segundo o jornal carioca, o objetivo era favorecer o dono da Gol e de parte da Viação Piracicabana, Henrique Constantino.

 

De acordo com os depoimentos de Funaro, o ex-vice-governador do DF teria garantido que apenas a viação de Constantino participasse de uma licitação no DF. O processo chegou a ser investigado por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Legislativa (CLDF), responsável pela apuração de irregularidades no transporte público da capital. Tadeu Filippelli teria agido para impedir o andamento da CPI.

O Anexo 17 da delação de Funaro mostra que o esquema envolvia o pagamento de propina ao emedebista para a redução de impostos da gasolina de aviação e desoneração da folha nos setores de transporte aéreo e rodoviário a pedido de Constantino.

 

 

ICMS
A redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi feita no âmbito do DF em 18 de abril de 2013, quando a alíquota caiu de 25% para 12%. A desoneração veio por meio da Medida Provisória n° 563/2012, do governo federal.

Segundo o documento da PGR, também ocorreu mediante pagamento de propina. As duas iniciativas teriam beneficiado diretamente as empresas de Constantino, pois os dois maiores gastos das empresas do grupo são justamente pessoal e combustível.

Outro lado
Ao Metrópoles, o ex-governador afirmou desconhecer qualquer das irregularidades atribuídas a ele pela PGR ou por Funaro. “Eu ainda não vi nenhum documento, não recebi nada. Vocês [imprensa] ficam sabendo das coisas antes da gente. Mas a acusação é ainda mais absurda porque eu não estava na Câmara Federal, portanto, não tinha como atuar em nenhuma MP. Sobre redução de imposto, isso não é atribuição de vice-governador”, afirmou Filippelli.

A assessoria de imprensa do MPDFT informou que o órgão ainda não recebeu os anexos da delação de Funaro. Somente quando os documentos chegarem ao órgão será feita a análise sobre a pertinência de investigá-lo via procuradoria.

Panatenaico
Esse é mais um baque que Filippelli sofre às vésperas da campanha eleitoral. Presidente do MDB-DF e pré-candidato a deputado federal, o político se tornou réu, ao lado de outras 11 pessoas, na Operação Panatenaico.

Em 25 de abril, a juíza Pollyana Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara da Justiça Federal no DF, acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF-DF) contra 12 investigados. Entre eles, estão os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), além de Filippelli.

Eles vão responder por organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude a licitação por supostos desvios na obra de construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.


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