09/05/2018 às 07h00min - Atualizada em 09/05/2018 às 07h00min

A casa caiu. Milícia armada extorquia ocupantes de assentamento no DF

Líderes, que nem moravam ali, cobravam pedágio de R$ 500. Quem não pagava sofria na mão dos criminosos.

Jbr
Quem não pagava sofria na mão dos criminosos. Era assim que agia uma associação criminosa no Assentamento Zilda Xavier, em Planaltina (DF). O grupo se articulava como uma espécie de milícia armada e cobrava pedágio em troca da paz dos moradores.

A Operação Terra Prometida, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), prendeu 13 membros da quadrilha no início da manhã desta terça-feira (8). Quatro pessoas estavam foragidas até a publicação desta reportagem.

 

Durante o seis meses de investigação, a polícia reuniu 121 provas documentais contra a quadrilha. De acordo com o delegado-chefe da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Edson Medina, foram identificadas ao menos 20 ocorrências criminais relacionadas ao grupo.

“Foram pelo menos 80 vítimas. Eles cometiam crimes como latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio, roubo, extorsão, corrupção de menores, incêndio doloso, furto, ameaça, apropriação indébita e grilagem de terra dentro do acampamento”, comenta.

Benedito Gonçalves de Melo Filho, de 42 anos, é apontado como o líder da associação criminosa. Neli Rodrigues da Trindade, 42, seria a “número 2”.

 

Todas as 220 pessoas que moravam na área do assentamento, de 100 mil m², eram obrigadas a pagar uma taxa de aproximadamente R$ 500 para Benedito. Esse valor era uma espécie de pedágio para morar no local. As condições são precárias, e existia um “gato” de energia elétrica.

“Quem não pagava tinha os barracos queimados, veículos baleados e até sofria ameaças e tentativas de homicídio. Essas pessoas eram retiradas da invasão, e outras pessoas ocupavam o lugar delas. Sempre pagando a taxa”, explica Medina.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »