Durante o seis meses de investigação, a polícia reuniu 121 provas documentais contra a quadrilha. De acordo com o delegado-chefe da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Edson Medina, foram identificadas ao menos 20 ocorrências criminais relacionadas ao grupo.
“Foram pelo menos 80 vítimas. Eles cometiam crimes como latrocínio (roubo seguido de morte), homicídio, roubo, extorsão, corrupção de menores, incêndio doloso, furto, ameaça, apropriação indébita e grilagem de terra dentro do acampamento”, comenta.
Benedito Gonçalves de Melo Filho, de 42 anos, é apontado como o líder da associação criminosa. Neli Rodrigues da Trindade, 42, seria a “número 2”.
Todas as 220 pessoas que moravam na área do assentamento, de 100 mil m², eram obrigadas a pagar uma taxa de aproximadamente R$ 500 para Benedito. Esse valor era uma espécie de pedágio para morar no local. As condições são precárias, e existia um “gato” de energia elétrica.
“Quem não pagava tinha os barracos queimados, veículos baleados e até sofria ameaças e tentativas de homicídio. Essas pessoas eram retiradas da invasão, e outras pessoas ocupavam o lugar delas. Sempre pagando a taxa”, explica Medina.