Imagine estudar em uma escola em que um muro de proteção à sua frente está com ferros à mostra, solo comprometido, rachaduras e, literalmente, caindo aos pedaços. Essa é situação do Centro de Ensino Stella dos Cherubins, em Planaltina. Os 50 metros de comprimento da estrutura representam perigo aos mais de 1,3 mil alunos.
A escola convive com o problema há um ano. O diretor Adimario Rocha comanda a escola desde janeiro de 2017 e lembra as primeiras providências tomadas. “Comunicamos a Regional de Ensino em 24 de fevereiro do ano passado. Até o Corpo de Bombeiros veio e nos orientou a fazermos a contenção. O engenheiro (da secretaria) veio em abril para emitir o laudo técnico. Então, eu e o vice-diretor colocamos sozinhos as estacas, que são da obra que ele está fa zendo em casa. Por sorte, conseguimos superar o período da chuva”, conta.
Declive causa alerta
Moradora da região, Elke Pimentel se define atuante social de educação de Planaltina e acompanha o problema. Ela ressalta que o declive é de cinco centímetros do muro, voltado para a parte interna do colégio. “Isso é um perigo, porque pode ferir todos ali dentro”, alerta.
A comunidade, então, resolveu fazer barulho, levando o caso a parlamentares. “Avisei ao deputado Reginaldo Veras, que é professor. Pela manhã (ontem), ele gravou um vídeo e publiquei nas redes sociais pedindo para compartilharem e marcarem a secretaria”, conta ela, que participa de grupos com professores.
Mesmo com a situação precária, a Secretaria de Educação afirma, por meio de nota, que o muro não apresenta risco de desabamento.
Sem contrato para reparo
A Secretaria de Educação (SEE-DF) argumenta que o escoramento é um mecanismo de prevenção. “A pasta informa ainda que não foi feito reparo anteriormente por falta de contrato de manutenção. Mas esta semana a Engenharia da pasta já está providenciando o levantamento da planilha de serviços, que devem ser executados ainda este mês”, diz a nota.
Gilberto de Oliveira é pai de Felipe, aluno do 3º ano do Ensino Médio, e também o vice-diretor. Ele explica que pais e alunos não foram informados sobre detalhes da situação para evitar alarde. “O muro pode cair na sala onde meu filho estuda. Mas eu me preocupo também com os demais”, diz.
Depois de ser procurado pela comunidade, o deputado Reginaldo Veras pretende acionar órgãos públicos caso a situação continue. “A impressão que dá é de omissão. Vamos ter de acionar o Tribunal de Contas (TCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Não dá pra deixar a escola naquela situação”, critica.