O governo em vez de enxugar o excrescente gasto nos Três Poderes, para subsidiar a economia nacional, preferiu solver a dívida da Petrobras onerando a despesa dos transportadores da produção nacional, bem como dos consumidores, com os sucessivos abusos de aumentos de preços dos derivados de petróleo, com reflexos negativos no bolso de todos.
Trata-se de governo fraco, insensível e que revelou incompetência ou má vontade de negociar tempestivamente com os representantes dos caminhoneiros, que já davam sinal insatisfação. Portanto, o governo, ao subestimar a força da categoria, assumiu a responsabilidade de indenizar aqueles que foram prejudicados pela paralisação.
Se a paralisação dos caminhoneiros fosse injusta, ilegal ou uma ação deliberada para desestabilizar a autoridade do presidente da República, o governo não deveria ter cedido em nada. Se cedeu é porque reconheceu o seu erro, ficando, assim, desmoralizado.
Desta forma, sem outra intervenção para (1) botar ordem no país; (2) fazer uma varredura nessa cambada política e punir com rapidez os larápios da República; (3) sacudir o Congresso Nacional repleto de corruptos; (4) mudar a forma de preenchimento dos membros do STF; (5) desinchar os gastos dos Três Poderes etc., a eleição do novo presidente da República não vai adiantar nada.
O país está doente e precisa urgentemente de um remédio amargo. Ninguém de sã consciência deseja governo militar, mas a situação em que está o país requer um governo de pulso, de ordem e progresso, nem que seja por pouco tempo.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC