29/06/2018 às 07h50min - Atualizada em 29/06/2018 às 07h50min

Policiais vêm sendo caçados por criminosos, dizem entidades de classe

Sargento morre em operação no Morro dos Macacos no Rio

Agência Brasil do Rio de Janeiro

Quatro entidades de classe da Polícia Civil do Rio se manifestaram hoje (28) contra a morte do inspetor da Polícia Civil, Eduardo Freire Guedes Filho, o Paquetá, morto ontem (27) na porta de casa, no Engenho de Dentro, zona norte do Rio, por um criminoso que tentou roubar seu cordão de ouro. 

 

No mesmo dia, o oficial de cartório da Polícia Civil, Marcus Aurélio Garcia, morreu com seis tiros ao sofrer uma emboscada, quando ia para 20ª Delegacia Policial, em Vila Isabel, onde era lotado. "Esses atos são praticados por criminosos que, convictos da impunidade, atacam os agentes da lei impiedosamente. Difícil não acreditar que os policiais são caçados deliberadamente em nosso Estado quando os ataques se tornam comuns, à luz do dia e na porta de casa ou no deslocamento ao trabalho", diz uma nota conjunta das entidades. 

De acordo com o comunicado, nos dois casos não foram registradas, mais uma vez, manifestações de ONGs, movimentos sociais, comissões de Direitos Humanos, especialistas, interventores, governador, entre outras autoridades.

Segundo a nota, a sensação geral dentro da Polícia Civil é que seus integrantes estão largados à própria sorte, sem qualquer respeito a seus direitos fundamentais. “É preciso menos palavras e mais ações, a defesa institucional não pode ser feita exclusivamente pelas entidades de classe”. Segundo a nota, os gestores precisam se posicionar claramente e em defesa dos policiais e não apenas em casos de repercussão pela pressão de movimentos sociais.

O comunicado cita o empenho na elucidação do crime da vereadora Marielle Franco. “Se Marielle está presente, os policiais e pais de família Xingu, Lemos e Paquetá não estão? As dezenas de colegas PMs também não estão presentes? Estes são os nossos heróis, abandonados pelos governantes, números nas estatísticas, mas nunca esquecidos por seus irmãos de farda e distintivo!Enquanto isso a Defensoria Pública está mais preocupada em retirar a cobertura aérea que protege os policiais e os cidadãos nas operações em áreas de altíssimo risco.”

Mais uma morte

Hoje (28), o sargento da Polícia Militar, Jason da Costa Pinheiro, 42 anos, morreu com um tiro na cabeça de fuzil, durante uma operação no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. O militar era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade. Ele deixou mulher e três filhos. O enterro está marcado para amanhã (29), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. 

O Portal dos Procurados do Disque Denúncia está oferecendo R$ 5 mil de recompensa a quem der informações exatas sobre os envolvidos na morte do militar. O telefone do Disque Denúncia é 2253-1177. O sigilo é garantido.

PM sequestrado em favela

Um sargento da Polícia Militar, não identificado por questões de segurança, foi sequestrado hoje (28) de manhã por traficantes da Favela Kelson's, na Penha, zona norte do Rio, ao entrar por engano na comunidade orientado pelo GPS, e quase acabou morto pelos traficantes que controlam a região. 

Os criminosos obrigaram o militar a parar. O carro foi revistado e a arma encontrada. A partir daí começou uma sessão de espancamento, tortura, com ameaças de morte e sumiço do corpo.

O militar foi liberado quando os traficantes souberam de uma ação da Polícia Civil para libertá-lo. Na operação, um criminoso morreu. Em represália, moradores da comunidade atearam fogo em duas carretas que aguardavam para descarregar mercadorias no Mercado São Sebastião, onde funciona a Bolsa de Gêneros Alimentícios, que fica perto da entrada da favela.


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