01/07/2018 às 10h39min - Atualizada em 01/07/2018 às 10h39min

Ação controlada para flagrar corrupção na PM do DF

Empresário, que se disse cansado de ser achacado, procurou a Promotoria Militar do DF para denunciar a extorsão. Disse que era pagar ao esquema ou não receber pelo serviço prestado.

Eixo Capital

A investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na Operação Mamon, que apontou, em novembro, um esquema de corrupção no Departamento de Logística e Finanças da Polícia Militar do DF, tem lances impressionantes. Durante meses, numa ação controlada autorizada pela Auditoria Militar do DF, houve gravações de encontros de supostos intermediários do coronel Francisco Feitosa, que era responsável pela área de Finanças, com o dono de uma empresa de manutenção de viaturas. Segundo o MP, ele pagava propina para que suas faturas fossem liberadas.

Cansado de achaque
O empresário, que se disse cansado de ser achacado, procurou a Promotoria Militar do DF para denunciar a extorsão. Disse que era pagar ao esquema ou não receber pelo serviço prestado. A partir do depoimento, os encontros passaram a ser monitorados. A Corregedoria da PM e os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) atuaram na investigação. Segundo as denúncias ajuizadas pelo MPDFT, há registros de que os pagamentos pelos serviços prestados eram liberados logo depois da entrega do suborno. Teve até cheque. Feitosa nega as acusações. No processo, alega que, se houve algo irregular, seu nome foi usado indevidamente. Um dos interlocutores do empresário, Rogério Amador, é cunhado do oficial e está preso preventivamente desde a deflagração da Operação Mamon.

Suspenso processo contra coronel até depoimento de outros réus

A Auditoria Militar do DF que julga a denúncia por concussão contra o coronel da Polícia Militar Francisco Eronildo Feitosa, suspendeu a tramitação do processo até que os outros réus sejam ouvidos em juízo. Cunhado do oficial que exercia o cargo de chefe do Departamento de Logística e Finanças, Rogério Gomes Amador e um outro envolvido no caso, Clayton Gonçalves Esperandio, respondem também pelo episódio, como os intermediários do suborno, mas perante uma vara criminal comum.

Viagem suspeita

Nas investigações da Operação Checkout, que apura fraude a licitação e corrupção na compra de macas, berços e leitos hospitalares, o promotor de Justiça Luís Henrique Ishihara apura as circunstâncias em que a empresa Hospimetal, que tem sede em Araçatuba (SP), pagou passagens para que um servidor da Secretaria de Saúde, responsável pela contratação, fosse a São Paulo, justamente na época em que o negócio estava sendo fechado. O servidor viajou num dia de expediente normal sem autorização de afastamento publicada no Diário Oficial do DF, como determina a lei. A agência de turismo que emitiu os bilhetes foi alvo de busca e apreensão. O caso ocorreu em 2014, mas está sendo investigado agora.

Hora de cobrar a conta

O nome da operação, Checkout, é bem sugestivo. Como as investigações envolvem a Gerência de Hotelaria da Secretaria de Saúde, o promotor de Justiça Luís Henrique Ishihara avaliou que deveria cobrar a conta dos supostos criminosos pela fraude a licitação e corrupção que teriam lesado os cofres públicos.

45 dias de preparação para largar na frente

Há exatos quatro anos, era dada a largada na campanha de 2014, com todas as chapas prontas, com candidatos a governador, vice, senadores e suplentes e coligações montadas para deputados federais e distritais. O novo calendário atrasa em 45 dias o início oficial do período de convencimento ao eleitor. Julho será o mês das convenções, mas, pelas dúvidas dos pré-candidatos, as definições devem ocorrer no prazo final, até cinco de agosto. Muitas incertezas e traições ainda vão tirar o sono de quem quer concorrer. Enquanto isso, os cidadãos, muito mais envolvidos nos resultados dos jogos da Copa do Mundo, não estão nada empolgados com as urnas. É o que indicam todas as pesquisas. Metade do eleitorado, por ora, prefere não votar em ninguém. Mas, mesmo apenas em acordos de bastidores, os próximos 45 dias, de costura política, poderão definir o resultado das eleições. Uma boa coligação garante imagem, tempo de televisão e recursos públicos para a campanha. Quem souber passar ileso por essa fase vai largar bem posicionado para os 45 dias de campanha real.

Mandou mal 

Pesquisa CNI/Ibope apontou que 92% dos brasileiros não confiam no presidente Michel Temer e 79% consideram o governo ruim ou péssimo. Apenas 4% avaliam como ótimo ou bom.

Mandou bem 
Depois de dois meses de investigação, a Coordenação de Repressão às Drogas (CORD) da Polícia Civil prendeu, sexta-feira, dois homens acusados de tráfico, com 400kg de maconha prensada.

Enquanto isso...

Na sala de Justiça 
Como iniciativa da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção (Enccla), coordenada pelo Ministério da Justiça, será realizada nesta quarta-feira no auditório do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) uma audiência pública para que agentes públicos, sociedade civil e cidadãos em geral contribuam com ideias para elaboração do Plano Nacional de Combate à Corrupção. Durante o encontro, haverá atividades em grupo para debate sobre formas de prevenção, detecção e punição dos atos de corrupção. Esse é o terceiro encontro, de cinco previstos. O primeiro foi realizado em Curitiba, berço da Lava-Jato. Não precisa ser especialista no tema. Qualquer pessoa pode participar com sugestões sobre como aperfeiçoar o processo de combate a esse tipo de assalto aos cofres públicos.

Só papos

“Soltura de Dirceu pode significar soltura dos demais presos da Lava-Jato. Desobedecendo ao colegiado do STF, não reconheceram a execução da pena após a decisão em 2ª instância, apesar do esforço retórico para dizer o contrário”
Procurador da República Deltan Dallagnol, sobre a decisão da 2ª Turma do STF de liberar José Dirceu da prisão

“O futuro se faz agora, pois a derrota não existe, não há conquista sem luta, onde só perde quem desiste”
José Dirceu, em mensagem gravada na camiseta um dia depois de ser liberado pela 2ª Turma do STF

Aposta na direita
Enquanto os pré-candidatos do grupo de direita se dividem, um desconhecido tem conquistado espaço. Integrantes das campanhas de Eliana Pedrosa (Pros), Izalci Lucas (PSDB) e de Jofran Frejat (PR) apostam no crescimento da campanha do General da reserva Paulo Chagas (PRP) ao Buriti, especialmente se conseguir levar o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) a seu palanque.

Separados
O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), anda chateado com o senador Cristovam Buarque (PPS/DF). Os dois tinham, no início das tratativas para a montagem das chapas, um acordo de que estariam juntos, mas, pelo andar da carruagem, não estarão na mesma via.

É da bala mesmo
Na chapa de Frejat, a avaliação é de que a condenação do deputado Alberto Fraga (DEM/DF) a quatro anos de prisão, convertida a prestação de serviços, por porte ilegal de arma e de munição de uso restrito, não faz nem cócegas na candidatura dele, caso seja confirmada pelo Tribunal de Justiça do DF. É que Fraga vai construir um discurso de que, como líder da bancada da bala, defende o armamento da população como forma de defesa contra bandidos. Quem concorda com essa tese pode se sensibilizar, segundo a aposta do grupo. Ou seja, ele pode tentar usar a condenação como munição a favor.

Grupo de Costa Couto e Ibaneis lança Jaques Veloso
Quem apostou em racha errou. Os grupos do presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, e do ex-presidente da entidade Ibaneis Rocha fecharam um acordo para a candidatura nas próximas eleições. Por meio de votação, o advogado Jaques Veloso foi escolhido para concorrer à Presidência, com Cleber Lopes como vice. Juliano apoiava Veloso e Ibaneis estava ao lado da candidatura de Lopes. Mas os grupos agora vão unidos para a disputa.

Hipster apoia o Novo
O agente da PF Lucas Valença, que ganhou fama como o hipster da federal, virou um cabo eleitoral do Partido Novo. “Lucas Valença não é candidato, mas é um apoiador do Novo e entusiasta da campanha do Alexandre Guerra para o GDF”, afirma o presidente do Novo no DF, Edvard Correa.


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