Segundo familiares, ele já havia passado mal em 17 de fevereiro, mas precisava fazer alguns exames. “Como a quantidade de exames que ele precisava fazer custaria quase R$ 30 mil, preferimos levá-lo a um hospital público porque não teríamos condições de arcar”, conta a dona de casa Roze Cruz, 30 anos, neta do idoso.
Por volta das 9h do dia seguinte, domingo, 18 de fevereiro, Sebastião deu entrada no HRT. Segundo a Roze, a administração do hospital não permitiu que Sebastião fosse acompanhado por um familiar. “Não deixaram ninguém entrar. Na segunda-feira, a esposa dele foi ao hospital para a visita e ficar durante o dia. Eles simplesmente informaram que meu avô havia se evadido do HRT sem explicação alguma, e que sentiram falta dele somente às 23h”, conta.
O sentimento de angústia toma conta da família, que não sabe do paradeiro do aposentado. “A preocupação maior, agora, é mais com minha vó, que também é idosa, porque está sofrendo com o desaparecimento dele . Estamos sem saber o que pensar. Se o encontrássemos doente ou morto, pelo menos iríamos encontrá-lo. Não sabemos se está sendo maltratado, se está comendo direito. Essa é uma das piores sensações que existem, de não sabermos o que o outro passa”, lamenta Roze.
Desde então, foi registada uma ocorrência de desaparecimento na 12ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Centro, que investiga o caso.
Recompensa e trote
A família oferece a recompensa no valor de R$ 3 mil para quem encontrar o idoso. Mas, enquanto isso não acontece, todos sofrem com inúmeros trotes. “De madrugada, minha tia recebeu ligação de uma pessoa dizendo que estava com meu avô e chegou a marcar um local para eles se encontrarem. Chegando lá, o lugar estava totalmente escuro e ela voltou pra trás, com medo”, conta
Na tarde dessa quarta-feira (4), houve outra denúncia e informações, por meio da internet, de que o aposentado encontrava-se próximo a Formosa (GO) acompanhado de uma outra pessoa. Familiares que residem naquela cidade o procuraram, mas não o encontraram.
Versão oficial
Confira, na íntegra, a nota enviada pela Secretaria de Saúde ao Jornal de Brasília:
O Hospital Regional de Taguatinga (HRT) informa que no dia 18 de fevereiro, à noite, o paciente S.V.S. foi recebido na sala de admissão, onde não é permitida a permanência de acompanhantes, que devem aguardar por notícias na recepção.
O paciente recebeu assistência inicial e quando a enfermeira voltou para administrar a medicação não o encontrou. No momento em que deu entrada, S.V.S. estava acompanhado de uma filha, que foi orientada a aguardar na recepção, onde não foi localizada posteriormente para ser informada sobre a situação do pai.
A sala de admissão ou box de emergência, onde são recebidos pacientes graves, vítimas de traumas e acidentes, é uma área restrita aos servidores do hospital. O acompanhante do paciente internado no box aguarda notícias em uma área externa. O HRT explica que pacientes na sala de admissão não usam roupa hospitalar. Dependendo do estado de saúde, após avaliação médica e exames, o paciente é encaminhado do box para a sala vermelha ou amarela.
Sobre o caso, a investigação está sob responsabilidade da Polícia Civil. A Secretaria de Saúde colabora com as informações referentes ao caso.