De acordo com o delegado responsável pelo caso, André Luis Leite, foi graças a Tiago Alves Carvalho, 20, inicialmente considerado o condutor do carro na hora do assassinato, que as investigações avançaram. “Ele contou que levou o veículo, mas entregou para Fernando sem saber qual era a intenção dele”, explica. Baseado nessa história, ficou comprovada a inocência de Tiago e ele foi indiciado apenas por receptação de veículo clonado.
A partir desse relato, a polícia identificou Fernando dos Cocos e quais foram as ações dele no dia do assassinato. O delegado conta que desde as 8h Fernando já monitorava Antônio Cleomar, tendo ido, inclusive, para frente da casa do empresário. “Além disso, temos registros de o carro dele passando quatro vezes em frente o local onde a vítima foi morta. Depois do crime, ainda há filmagens dele saindo pela via ao lado”, diz André Luis Leite.
Em interrogatório, Fernando chegou a dizer que, naquele dia, estava em uma das suas lojas de venda de coco no Recanto das Emas. Quando foi confrontado com as imagens do carro dele na frente do local do crime, preferiu não se pronunciar mais.
A polícia considera que o principal motivo para a execução tenha sido a dívida de quase R$400 mil. Fernando esperava que o débito acabasse com a morte do empresário a quem ele devia. O que o distribuidor de cocos não esperava, no entanto, é que a esposa de Antônio assumisse o controle da empresa. A dívida, portanto, continuou existindo. Por conta disso, ele também a ameaçou de morte.
Denúncia falsa
Fernando Oliveira ainda planejou ligações falsas para a polícia no intuito de atrapalhar as investigações. “Ele fez reiteradas denúncias tentando incriminar a viúva, que era a esposa de Antônio à época. Chamou a atenção a riqueza de detalhes, pois ele descreveu o local, a placa do veículo, horário… Informações que a gente nem tinha divulgado ainda”, relembra André Luis Leite.
A tática de Fernando acabou dando certo por um tempo. “A polícia acabou mordendo a isca, pois a gente investigou a viúva. Mas descobrimos que ela não tinha envolvimento com o caso”, completa
Fernando será indiciado por homicídio duplamente qualificado, com pena ultrapassando os 20 anos em caso de condenação na Justiça.
Ainda falta o assassino
Apesar de já conhecerem o mandante do crime, a Polícia Civil ainda não sabe quem efetuou os disparos. “Acreditamos não ser uma pessoa daqui do DF, já que Fernando tem propriedades na Paraíba e o executor não se preocupou em matar à luz do dia”, conta o delegado responsável pelo caso.
As investigações continuarão em um processo adjacente.