16/07/2018 às 13h29min - Atualizada em 16/07/2018 às 13h29min

Dinheiro roubado teria feito Frejat abandonar a candidatura

Pré-candidato ao GDF jogou a toalha, mas partido não deixou.

CB Poder

 

 

Caixa 2 da Odebrecht foi para campanha de Frejat, segundo delator
Publicado em 11/05/2018 - 17:13 Ana ViriatoCB.Poder
Ana Maria Campos
Ana Viriato
 
A propina repassada em forma de doação não oficial pela Odebrecht à campanha de 2014 do ex-governador José Roberto Arruda (PR) pode ter custeado, indiretamente, a candidatura de Jofran Frejat (PR), que assumiu a chapa depois de o correligionário ter o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ex-executivo da empreiteira, Ricardo Roth Ferraz afirmou que, apesar do recuo de Arruda, não houve devolução de qualquer parte dos R$ 966 mil pagos em caixa 2 ao ex-chefe do Palácio do Buriti.
 
As declarações foram prestadas ao Ministério Público Federal (MPF) em delação premiada divulgada em abril de 2017. Segundo Roth, a pedido do então diretor da Odebrecht João Pacífico, o montante teria sido entregue ao operador de propina de Arruda, Sérgio de Andrade do Vale. O ex-executivo acrescentou que o pagamento aconteceu em duas parcelas, repassadas em São Paulo. A primeira atingiu a cifra de R$ 500 mil, em 9 de junho de 2014. A segunda, de R$ 466 mil, ocorreu em 8 de setembro, cinco dias antes de Arruda desistir da candidatura e Frejat assumir.
 
Àquela época, a esposa do ex-chefe do Buriti, Flávia Arruda, entrou na corrida eleitoral ao lado de Frejat, como vice. Questionado sobre a situação, Roth narrou: “Ele (Arruda) acabou tendo que sair, por questões de inelegibilidade. Colocou o vice dele, mas não tiveram êxito”, lembrou. Os procuradores, então, perguntam se o dinheiro retornou. “Não”, respondeu o ex-executivo.
 
“Ele não continuou. O vice, um médico que não me recordo o nome agora, que ficou no lugar dele. Ele (Arruda) até estava na frente. Mas, com isso, o substituto não conseguiu”, complementou Roth. Os representantes do MPF, mais uma vez, perguntam se os valores foram devolvidos e ele crava: “Não. Foi para a campanha”.
 
A distribuição dos R$ 966 mil encontra-se na documentação entregue ao MPF. O registro 7-A se refere ao Centro Administrativo de Brasília e o 7-B ao BRT. A destinação seria Parreira, codinome supostamente usado por Arruda. Roth afirma que as informações mostram de onde saiu o dinheiro para o caixa 2. “Algum recurso alocado naquela obra foi destinado a ele”, pontuou.
 
O outro lado
 
Ao Correio, Frejat relatou não ter conhecimento sobre a origem do dinheiro usado na campanha. “Quando assumi, faltava pouco mais de um mês para a votação. Era uma corrida louca para chegar ao eleitor. Por isso, não arrecadei recursos, os negociei ou movimentei. Quem tomou conta da destinação dos valores para a candidatura foi o próprio PR”, apontou.
 
Luis Henrique Machado, advogado de José Roberto Arruda, alegou que “tratam-se de delações vazias, sem elemento corroborativo sério de prova que atestem as versões dos delatores. Vale lembrar que todas as contas do ex-governador Arruda foram sindicadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.
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