19/07/2018 às 18h52min - Atualizada em 19/07/2018 às 18h52min

Nova tentação da oposição para possuir Jofran Frejat

Sem Frejat, Rosso e Izalci decidem futuro

Correio Braziliense

Presidente regional do PSD e comandante do PSDB no DF definem, até as 14h de hoje, quem será o pré-candidato ao Palácio do Buriti na chapa do senador Cristovam Buarque. Ex-secretário de Saúde se reúne mais cedo com dirigente do PR.

Grupo de Rogério Rosso, Izalci Lucas, Cristovam Buarque, Wanderley Tavares e Renato Santana se encontra há dois dias para tentar definir os principais nomes da chapa.

Marcado por idas e vindas, o grupo de centro-direita capitaneado pelo senador Cristovam Buarque (PPS) define hoje a chapa majoritária. Após longas reuniões nos últimos dois dias, a coalizão colocou a vaga do Palácio do Buriti à disposição do ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR), líder em pesquisas de opinião, que integrava uma frente política distinta e abandonou a corrida eleitoral na terça-feira devido à intransigência de aliados. Mas, se até as 14h desta quinta-feira o médico não aceitar a proposta, a coligação apresentará os nomes que disputarão o GDF, a vice-governadoria e o Senado. Estão no páreo pelo Executivo local os deputados federais Izalci Lucas (PSDB) e Rogério Rosso (PSD).

Os encontros que antecederam a decisão foram marcados por embates. Com Frejat fora de cena, a maior parte do grupo integrado por PSDB, PSD, PRB, PPS, PSC e DC defende o nome de Rosso ao Buriti. Para essa parcela, o pessedista tem mais chances de agregar alianças e maior potencial de crescimento na campanha — junto a Cristovam, o parlamentar atuou com um dos principais protagonistas na interlocução com outros partidos.

Já Izalci disse apresentar o melhor perfil para a disputa, pois se prepara desde 2011. Além disso, ressaltou que havia sido lançado pelo grupo ao GDF em maio. Ele chegou a adiantar que, se não ficar com a vaga, trabalhará com duas possibilidades: ficar de fora das eleições em outubro ou concorrer sozinho ao GDF. De passagem por Brasília, até mesmo o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) participou das discussões de ontem.

Apesar de o anúncio da pré-candidatura de Izalci há dois meses e do reforço ao apoio em junho, alguns episódios reduziram o suporte do grupo ao tucano. A resistência partidária está entre os entraves. O deputado federal preside o PSDB no DF desde 2015 por sucessivas intervenções nacionais. Para retirá-lo do comando, correligionários protocolaram uma enxurrada de ações judiciais — algumas seguem sem desfecho. Outro complicador é a negociação entre PSD e PSDB em nível nacional. Conforme acordo firmado entre Alckmin e Gilberto Kassab, Rosso seria o cabeça de chapa na disputa pelo GDF.

Antes da definição, que deve ocorrer ao vivo em redes sociais, os integrantes da frente marcaram uma reunião para as 11h de hoje. “Estamos na expectativa de um acordo. Acredito que Izalci tenha começado a entender que é um nome importante em nossa chapa pelos projetos desenvolvidos na cidade. Além disso, o PSDB tem boa estrutura partidária, com considerável tempo de tevê”, apontou Cristovam Buarque. O parlamentar do PPS defendeu, na última semana, o nome de Rosso ao Buriti. Por ora, entretanto, prefere ficar em silêncio sobre as suas preferências.

A indefinição sobre a liderança da chapa trava, ainda, o preenchimento da vice-governadoria e da segunda vaga do Senado. A expectativa dos políticos envolvidos na negociação é distribuir as duas cadeiras remanescentes entre Izalci e uma indicação do PRB. Os republicanos cotados para ocupar um dos postos são o pastor da Assembleia de Deus Egmar Tavares e o irmão dele, o presidente regional da sigla, Wanderley Tavares.

Indefinição

Apesar da renúncia de Frejat à pré-candidatura, o PR ainda trabalha para demover o médico da decisão. Em nota em nome da sigla, do ex-governador José Roberto Arruda e de demais correligionários, o partido alegou que “reitera sua confiança e espera que ele possa reafirmar sua candidatura ao GDF, pois temos convicção que esta é a melhor opção para o DF”.

No meio tempo, alguns integrantes da chapa que apoiava o médico, formada por PP, DEM, MDB, PHS e Avante, estudam um plano B. O deputado federal e postulante ao Senado Alberto Fraga (DEM), parlamentar mais votado em 2014, coloca-se à disposição do grupo para concorrer ao GDF. Ele também entrou em contato com a pré-candidata ao Palácio do Buriti Eliana Pedrosa (Pros) e o irmão dela, Eduardo Pedrosa, para sugerir uma aproximação. A ex-distrital anunciará a formação da chapa na convenção do Pros, neste sábado. Alírio Neto (PTB) deverá sair como vice.

Em meio à indecisão da maior parte da oposição ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o Novo anunciou, ontem, a formação completa da chapa puro-sangue. Herdeiro da rede Giraffas, Alexandre Guerra terá como vice o médico cirurgião Erickson Blun. O nome ao Senado é o do advogado Paulo Roque. Outro grupo com a composição fechada é o do PSol, encabeçado pela professora da UnB Fátima Sousa, que tem como número dois a assistente social Keka Bagno.


20 de julho
Início das convenções partidárias

No detalhe
A chapa comandada por Cristovam Buarque é, por ora, uma das mais ricas e com maior tempo de propaganda eleitoral na tevê e no rádio (em cada bloco de nove minutos). Confira:


Tempo de propaganda eleitoral da frente*

» PSDB 52,69 segundos
» PSD 35,64 segundos
» PRB 21,43 segundos
» PPS 11 segundos
» PSC 13,85 segundos
» DC 3,5 segundos

Total 2 minutos e 18 segundos

* Projeção do Correio com base na legislação eleitoral


Apoio à volta de ex-secretário

"Eu lamento muito por essas pessoas que não demonstram qualquer compromisso com a cidade. É só compromisso com elas mesmas" Jofran Frejat, ex-secretário de Saúde


Apoiadores e correligionários do ex-secretário de Saúde Jofran Frejat (PR) tentam demovê-lo da decisão de desistir da disputa pelo Palácio do Buriti, anunciada na terça-feira. Policiais civis e aliados o visitaram durante a manhã, para pedir que ele reconsidere. À noite, foi a vez de o grupo Ceilândia com Frejat fazer o apelo em frente à casa do ex-deputado federal, com bandeiras e cartazes.

No encontro realizado pela manhã, Frejat disse aos presentes que ainda pensa nas possibilidades. “Estou refletindo. Vamos ver”, ponderou. E complementou: “Eu lamento muito por essas pessoas que não demonstram qualquer compromisso com a cidade. É só compromisso com elas mesmas”. O médico renunciou à pré-candidatura alegando interferências de aliados nos rumos da chapa sem discussões prévias.

Mulher do ex-secretário de Saúde, Denise Frejat se manifestou sobre o posicionamento do médico. “Gostaria de dizer a todos que desejam participar dessa manifestação em apoio ao Jofran Frejat que compreendam que a decisão dele foi difícil. Todos nós sonhamos com um futuro melhor, e esse futuro vai acontecer. Precisamos trabalhar e acreditar nisso”, escreveu, em um post no Facebook. Na publicação, Denise acrescentou: “Deixo um beijo no coração de todos que nos apoiaram, e vamos em frente, que o processo político está só começando. Não vamos nos ausentar nunca da nossa responsabilidade. Nós temos um DF para cuidar”.

Vice

Em razão da estrutura partidária, com a fatia mais expressiva do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e o segundo maior tempo de propaganda eleitoral na tevê e no rádio, o MDB indicaria o vice de Jofran Frejat. Alguns nomes postos na mesa incomodaram Frejat devido ao histórico de ações na Justiça. Para tê-lo de volta na campanha, o presidente regional da sigla, Tadeu Filippelli, garantiu ao médico autonomia para escolher o número dois da chapa. “Se voltar, poderá indicar quem quiser. Para nós e para Brasília, importa que retome a candidatura”, adiantou o emedebista.

O ex-governador José Roberto Arruda (PR), o deputado federal Laerte Bessa (PR) e outros correligionários de Frejat entraram em contato para se solidarizar ou buscar novas rodas de conversa. Hoje, às 8h30, o dirigente nacional do PR, Valdemar Costa Neto, terá um encontro com Frejat para tentar convencê-lo a voltar à disputa. (AV).


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