22/07/2018 às 08h10min - Atualizada em 22/07/2018 às 08h10min

Frejat volta ou não volta? Os 10 dias que abalaram as eleições do DF

“A pensar morreu o burro”, disse o ex-secretário de Saúde, que também tem manifestado incômodo com a demora para uma decisão

Metrópoles

Após chacoalhar o tabuleiro do complexo jogo eleitoral na capital do país, Jofran Frejat (PR) ainda não definiu se volta ou não a jogar os dados. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-secretário de Saúde segue com um pé dentro e outro fora da disputa pelo Governo do Distrito Federal (GDF).

A novela, que começou em uma sexta-feira 13, deve se arrastar, pelo menos, até esta segunda (23/7) – dia marcado para um novo encontro do, por enquanto, ex-pré-candidato ao Buriti com o presidente nacional do Partido da República (PR), Valdemar Costa Neto. Ainda não foi acertado o horário da reunião.

Sou um homem de palavra. Disse para o Valdemar que iria pensar durante o fim de semana e conversaríamos na segunda, e mantenho"Jofran Frejat, sobre sua decisão se será ou não candidato a governador

Enquanto o ex-secretário de Saúde opta pelo isolamento, o fim de semana está sendo de intensa movimentação para os demais grupos que pretendem ocupar o Palácio do Buriti pelos próximos quatro anos. Nesse sábado (21), foi realizada a convenção partidária da chapa formada por Eliana Pedrosa (Pros) e Alírio Neto (PTB) – em composição com PMN, PTC e Patriota. Ainda faltam os nomes para o Senado e fechar a lista dos candidatos a deputado federal e distrital.
 

Ao mesmo tempo, a coalizão chamada de terceira via tenta superar desavenças e definir quem será o cabeça da chapa. O grupo, que já contou com 12 siglas e hoje reúne seis (PSD, PSDB, PRB, PPS, PSC e DC), alçou, na quinta-feira (19), o deputado federal Rogério Rosso como pré-candidato ao GDF, posto até então ocupado pelo tucano Izalci Lucas. No dia seguinte (20), Rosso encaminhou aos aliados sua pauta prioritária, e ficou de, tão logo consiga validar a proposta com as outras siglas, anunciar se aceita ou não ser o representante da coalizão na corrida ao Buriti.

“A pensar morreu o burro”
A indefinição também incomoda Frejat. O ex-secretário de Saúde não esconde a intenção de dissipar as dúvidas sobre sua pré-candidatura. “A pensar morreu o burro, mas vou refletir até a data estabelecida”, afirmou.

O impasse já dura 10 dias. No dia 13 de julho, Frejat telefonou para Valdemar Costa Neto para avisar que estava deixando a corrida eleitoral. O médico disse se sentir fortemente pressionado e que não iria “vender a alma ao diabo”.

Na última terça (17), Frejat manteve o posicionamento, Mas, na manhã de quarta (18), durante encontro com apoiadores, em frente à sua casa, no Lago Sul, sinalizou que poderia voltar atrás. “Estou refletindo ainda, vamos ver”, disse o médico. “Lamento muito por essas pessoas que não demonstram qualquer compromisso com a cidade”, completou.

Ao revelar que avaliava a possibilidade de recuar na decisão, o médico impôs condições para se manter pré-candidato, especialmente ter independência e controle da campanha e eventual administração. A declaração foi dada durante ato político em seu favor, com ares de comício, realizado à porta de sua casa, na noite de quarta-feira (18): “Se não for nas condições que quero, não faço, não volto atrás”.

 

irando o jogo
Conforme interlocutores do grupo político do ex-secretário, com o recado dado, aliados começaram a ceder. Presidente do MDB-DF, o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, por exemplo, abriu mão de indicar o vice da chapa. “Filippelli disse a Frejat que o MDB está passando autonomia e liberdade para ele escolher o vice”, afirmou um articulador próximo ao médico, sob condição de anonimato.

Até o ex-governador José Roberto Arruda (PR), apontado como pivô da desistência de Frejat, ligou para o correligionário para tentar convencê-lo a não abandonar a campanha. Arruda ganhou a pecha de “diabo” depois de o ex-pré-candidato dizer que precisava exorcizar quem o estava pressionando.

Na quinta (19), Frejat conquistou carta branca para controlar o jogo, não sucumbir às pressões e exorcizar os “demônios”. O cacique do PR deu total autonomia ao médico para conduzir a campanha e um eventual mandato. Falta, agora, saber se o ex-secretário de Saúde volta ou não à corrida eleitoral.

 


 
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