24/07/2018 às 19h57min - Atualizada em 24/07/2018 às 19h57min

Frejat e Rollemberg: no rastro do segredo

Quid Novi

 

 

Dois encontros de confidentes marcaram a pré-campanha de Jofran Frejat (PR-DF) e a reeleição do governador, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). O primeiro encontro aconteceu em campo neutro dias antes da reunião na mansão do empresário José Celso Gontijo que participaram: José Roberto Arruda (PR-DF), Álvaro Teixeira da Costa, diretor presidente do Correio Braziliense e um assessor. Foi um almoço indigesto.

Frejat foi à agência de publicidade que trabalhava sua campanha (AV Publicidade) e num rompante decidiu deixar a campanha alegando pressões de aliados. Publicamente Frejat pediu um tempo para reflexão. Um dia após o seu afastamento o governador Rodrigo Rollemberg, chegou a residência de Frejat às 08:15hs da manhã reiterando o apoio na desistência do bom velhinho.

As conversas foram confidenciais e guardadas a sete chaves. Curiosamente, Rollemberg declara publicamente apoio a decisão de Frejat. O grupo de Jofran mobiliza simpatizantes e uma manifestação deu-se em frente a sua residência na tentativa de “demovê-lo” da ideia de desistir.

O bom velhinho pede mais tempo para decidir e exige de Valdemar da Costa Neto, a presidência do PR local e o apoio integral do partido como garantia para que ele retorne. O presidente nacional do partido da carta branca e autonomia para Frejat conduzir sua pré-candidatura, resistir a todas as pressões e tentações dos “diabos”. Não adiantou! Algo nebuloso que ainda não foi revelado tirou Frejat do páreo.

Na manhã desta terça-feira (24) logo após reunião entre Frejat e Valdemar da Costa Neto para selar o retorno, Frejat declinou novamente da pré-candidatura, mesmo recebendo de Valdemar todas as garantias que havia pedido. Costa Neto telefonou para José Roberto Arruda às 9hs:45 informando que Frejat havia declinado e pediu uma ajuda na reconstrução política do grupo. Em seguida Frejat telefonou para Arruda agradecendo o apoio e justificou a sua decisão como sendo de cunho pessoal e familiar.

Arruda insistiu na candidatura de Frejat, inclusive ofereceu a vaga na disputa do Senado para que o bom velhinho não deixasse o grupo e continuasse no projeto “Ajuda Brasília”. O bom velhinho disse que vai apoiar os companheiros do grupo, mas, sem disputar nenhum cargo eletivo.

Frejat ligou também para Tadeu Filippelli com o mesmo discurso que usou com Arruda, porém, consciente de que não se faz omeletes sem quebrar ovos. Agora, Frejat declarou publicamente que sua decisão em deixar a campanha tinha sido definitivo desde o início da crise:

“Pedi apenas para refletir, mas já tinha a decisão tomada desde o início.”

O assunto tratado entre Rollemberg e Frejat deve permanecer em segredo, pelo menos até passar o período eleitoral. Paira nos bastidores uma questão nebulosa, em 2014 Frejat assumiu a candidatura substituindo Arruda em menos de dois meses das eleições. Gim Argello, José Roberto Arruda, Alberto Fraga, Liliane Roriz, Jaqueline Roriz e a matriarca Weslian Roriz receberam dinheiro das cinco maiores empreiteiras investigadas na Lava Jato, as empresas confessaram o pagamento de propina. Será que Frejat foi o único que não se beneficiou do propinoduto que levou Gim Argello para cadeia?

Agora, pode ser que o passado esteja batendo à porta e assustando o bom velhinho.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »