30/07/2018 às 19h43min - Atualizada em 30/07/2018 às 19h43min

Carlos Lupi passa a defender aliança do PDT com Rollemberg para o GDF

Movimento é consequência do apoio de Rollemberg à candidatura de Ciro Gomes, mas enfrentará resistência do diretório brasiliense

Jbr
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, defende a reeleição do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). Ou seja, o cacique trabalhista não aposta mais na candidatura própria do Partido Democrático Trabalhista, protagonizada por Peniel Pacheco. A mudança de postura é uma reposta direta da declaração de apoio de Rollemberg a campanha presidencial do correligionário Ciro Gomes, feita na convenção regional do PSB no sábado passado (28/07).
 

“Eu vou defender o apoio ao governador Rollemberg. Nos últimos decênios de Brasília, ele tem sido uma das raras oportunidades para se mostrar que seriedade em governo vale a pena. Rollemberg tem sido exemplo de seriedade e honradez. Vou defender que o partido no DF apioe Rodrigo Rollemberg”, revela o dirigente. A convenção regional do PDT, necessária para apontar o rumo do partido está marcada para este próximo sábado (05/08).

A composição enfrentará forte resistência no diretório regional. Afinal, o PDT foi fundamental para a eleição de Rollemberg em 2014. Contudo, o partido foi excluído do núcleo de governo e rompeu com o Buriti. “Num casamento, às vezes, um casal briga. Um xinga o outro. Mas seguem juntos e concertam a casa. Nada é inconciliável, quando tem a boa vontade. E da parte de Rollemberg está tendo essa boa vontade. E da nossa parte também haverá”, contemporiza Lupi.

Antes de anunciar o apoio ao projeto do PDT para o Palácio do Planalto, Rollemberg falou diretamente com Ciro Gomes. O gesto teve um peso, pois até então o próprio PSB, nacionalmente, não havia decidido com quem iria caminhar na eleição majoritária para o Governo Federal. Logo depois do movimento do governador, emissários de Gomes entraram em contato com o Buriti para acelerar as negociações necessárias para uma coligação.

Coligação Pirro

No patamar brasiliense, as relações de Rollemberg com o presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Joe Valle (PDT) são extremamente frágeis. A militância e outros líderes também não nutrem simpatia por uma reconciliação. O deputado distrital Reginaldo Veras (PDT) defende o projeto de uma candidatura própria do partido, mas no atual cenário considera que a decisão nacional irá imperar, com ressalvas.

“Convenhamos, o PDT não é um partido orgânico. Quem tem o controle é o Lupi. Se houver uma imposição da executiva nacional, vamos ter que engolir. Mas se ocorrer, vai ser aquele casamento sem amor e sem paixão”, julga o parlamentar. A principal prioridade do PDT é a eleição de Ciro. O projeto próprio no DF dependia da capacidade crescimento da candidatura de Peniel Pacheco. Mas até está segunda-feira (30/07), o partido não conseguiu um apoio formal.

Crítico declarado da gestão Rollemberg, o deputado distrital Cláudio Abrantes (PDT) também não considera a coligação como o rumo certo para o partido. “Rodrigo não quer tempo de televisão. Quer o apoio da militância e de agente públicos. Eu penso que isso não acontecerá de fato. Não vejo que teremos engajamento na campanha. Seria uma Vitória de Pirro”, avalia o distrital, que ainda aposta na continuidade da candidatura própria.

Horizonte de alívio

A reconstrução de uma aliança com PDT é estratégica para o projeto de Rollemberg. Por um lado, tira da corrida um candidato do mesmo campo ideológico que fatalmente dividiria os votos da centro-esquerda. Por outro, torna a chapa do PSB mais atrativa para conquista de novos partidos. Segundo o presidente regional do PSB, Tiago Coelho, a reconciliação está no horizonte.

Para tentar selar as pazes, Coelho definiu quatro etapas. “A primeira é estabelecer um marco temporal. Existe um governo que o seu ciclo se encerra. Um novo governo se avizinha. O que aconteceu no passado, fica lá. Começaremos outro ciclo com outra contextualização. Outra será incorporar as sugestões programáticas dos aliados para os compromissos do plano de governo. A terceira será fazer com que esses partidos participem do projeto politico de campanha. Abriremos maior diálogo com todos, principalmente nos pontos em que a gente falhou ou que precisam ser aprimorados. E no caso do PDT trataremos questões específicas, como a relação com os servidores públicos e questão trabalhista”, conta.

Jornal de Brasília tentou contato com o presidente regional do PDT, Georges Michel, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.


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