Justo Veríssimo, personagem de Chico Anysio, humorista perseguido após sua união com a ministra da Fazenda, Economia e Planejamento do ex-presidente Fernando Collor, Zélia Cardoso de Mello, repetia o bordão: “Pobre é uma desgraça! Odeio pobre!” Seu quadro nos programas humorísticos da Globo rendia audiência. Em um episódio ele faz referência aos Sem-terra: “Os Sem-terra querem terra? Então vou mandar um Caterpillar fazer uma vala e cobrir todos de terra! Querem terra, então toma!”
Exatamente hoje o esquadrão paramilitar denominado MST, fez acampamento nas cercanias de Brasília, prometendo invadir a Esplanada dos Ministérios para exigir a liberação de Lula para as Eleições 2018. Essa iniciativa deve estar baseada em parte por informações colhidas por institutos de pesquisas pagos a preço de ouro, de um lado, de outro pela habilidade que os patrocinadores patrões têm de mentir e convencer aqueles religiosos.
Ninguém está ali de graça. O acampamento é mais organizado que os dos ciganos: banheiros químicos, lounge com bebidas e petiscos, barraquinhas estilo encontro de nerds, geeks e cosplays, caminhão de som tocando músicas top ten, churrasco de costela de ripa na vala, crianças cumprindo tarefas escolares no smartphone, mortadela para disfarçar e um autêntico Pata Negra para degustar.
Um exército silencioso de habitantes da Capital, muito mais de 5 mil, prometeu não tolerar a petulância sem limites e promete que se os gatos pingados fizerem mais barulho que o suportável, irão se unir às forças policias e pegar pesado. É o que pode ser encontrado nas redes sociais.Esses são os sem-terra, meia dúzia de milhares, que juram que são 50 mil para invadir Brasília e tocar o horror para defender o presidiário que assaltou o país.
Os paramilitares desempregados ainda gozam dos benefícios de um Brasil que entregou ao CNPJ do PT mais de 100 milhões de reais, um aparelho político condenado que ainda recebe dinheiro público para patrocinar a bandalheira derradeira.
Qualquer empresário, minimamente condenado por uma questão trabalhista miserável, estará impedido de receber um tostão de qualquer instituição pública. Mas o Partido dos Trabalhadores é um caso especial. Ninguém sabe como o MST, que jura ter recursos próprios, financia suas marchas e ocupações em territórios alheios.
Não existe um único programa da série Globo Rural dedicado a um projeto agropecuário produtivo conduzido pelos assentados do MST. Se nem a Globo descobriu, com o aparente interesse que teria para defender essa gente insurgente e ferrar o Bolsonaro, então não é possível entender a mágica: o Movimento Sem Terra quer terra, mas não aceita para não perder o discurso. Ele provavelmente recebe doações de altruístas milionários que financiam suas mobilizações, quem sabe.
O circo itinerante é tão ostensivo que causa estranheza. As autoridades não investigam de onde saem tantos recursos para pagar casa, comida e roupa lavada dessa gente que nada produz a não ser rebeliões e depredações de propriedades públicas e privadas.
A sociedade organizada percebe, mas entende que não é dela a tarefa de exigir providências. Olha para o acampamento às margens das vias urbanas de Brasília e vai para casa tomar um Rivotril para esquecer que o real está ali, na esquina de casa. Melhor achar que o pesadelo não é real.
Muitas vezes, ao observar cenários assim, radicais de direita respiram forte para suportar o desatino e não partir para o confronto. São equilibrados. Estão equilibrados. Por um único motivo: os paramilitares de Stédile querem um cadáver. O da Mariele não rendeu o suficiente porque aquele crime foi um caso isolado de autênticos criminosos e não envolveu qualquer alvo na sua alça de mira. Querem um corpo nacional. Gostariam que Lula morresse na prisão, inexplicavelmente, se possível enforcado de joelhos. Porém, por mais atrevidos que sejam, não são capazes de confessar essa verdade.
O saudoso Chico Anysio e seu Justo Veríssimo, não necessariamente nessa ordem, continuarão a fazer piada de uma piada pronta: o MST pretende quebrar seu próprio patrocinador. Mas Brasília esta muito próxima de não mais tolerar esse tipo de coisa.