Os presidenciáveis Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL) protagonizaram o momento mais quente do debate da RedeTV! com os presidenciáveis realizado na noite desta sexta, 17. A ex-senadora chamou a atenção do deputado sobre sua resposta em relação às propostas para as mulheres.
“Você não sabe o que é ser mulher, ter as mesmas qualificações de um homem e ser a primeira a ser demitida”, disse. Antes, quando questionado sobre o tema, Bolsonaro havia afirmado que era necessário apenas “cumprir a Constituição” e reclamou que tentavam colocar as mulheres contra ele.
Sobre as repetidas referências de Bolsonaro ao fato de ser evangélica e defender o plebiscito sobre o aborto, Marina ainda defendeu: “o Estado é laico”.
Durante o debate Marina Silva perguntou a Ciro sobre as políticas para indígenas. O pedetista disse que é preciso colocar em prática medidas que já existem em lei, como o zoneamento econômico e ecológico, e lembrou de sua vice, Katia Abreu, que vai ajudá-lo a encontrar o “equilíbrio” entre o meio ambiente e o agro.Ciro Gomes (PDT) mirou Geraldo Alckmin (PSDB) abordando política industrial e câmbio. O tucano disse que uma política fiscal bem resolvida deve colocar o câmbio no lugar e reiterou que vai zerar o déficit em dois anos. O pedetista, por sua vez, criticou a política de juros nos governos petistas, que valorizaram o câmbio e, com isso, provocaram o fechamento de milhares de indústrias.
Questionado sobre qual seria sua política para a dívida pública, Jair Bolsonaro comentou apenas que são números “absurdos” e que “a solução será difícil”. Ele admitiu, no entanto, que a solução desse problema é “prerrogativa do Presidente”, contrariando o discurso que vinha sustentando até o momento, o de delegar a questão ao seu futuro Ministro da Fazenda, Paulo Guedes.
Em seu comentário, Ciro afirmou que o maior problema da dívida brasileira é que “metade da receita” vai para rolagem e pagamento de juros, o que comprime os gastos com todo o resto. “É preciso cortar em juros”, defendeu.
Geraldo Alckmin foi questionado sobre suas alianças e os escândalos de corrupção que os acompanham. O tucano lembrou que uma de suas maiores propostas é a reforma política mas admitiu, no entanto, que os partidos todos estão “fragilizados”.
Alvaro Dias (Podemos), em seu comentário, disse que procurou os partidos do Centrão, mas lamentou que o grupo não o aceitou por suas propostas. Confrontado sobre o mesmo tema, Henrique Meirelles voltou a se apoiar sua biografia no setor público e privado para se descolar do MDB. Bolsonaro, que comentou a resposta do ex-ministro do presidente Michel Temer, não deixou: “o seu partido é o partido do toma lá, dá cá, Meirelles.”