Há suspeitas de manipulação de dados nas pesquisas de opinião pública realizadas por institutos de Brasília sobre a corrida ao Palácio do Buriti. A campanha do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que tenta a reeleição, teria ingressado com ação no Tribunal Regional Eleitoral para ter acesso às metodologias usadas, ouvir as entrevistas e checar a tabulação dos dados.
O certo é que parou tudo. A situação chegou a tal ponto, revelam pessoas próximas aos principais candidatos, que até o Ibope, que teria números já computados sobre a disputa no Distrito Federal, decidiu rever as informações colhidas no Plano Piloto e nas cidades-satélites. Apenas o Datafolha, por sua expressão nacional, mantém um levantamento de campo, que deve ser divulgado na terça, 21.
O próprio Palácio do Buriti estaria pressionando os institutos de pesquisa. Um deles seria o Ibope. Apesar de ficar sediado no Rio de Janeiro, esse instituto teria ligações estreitas com o Governo de Brasília. Seriam laços familiares que misturam publicidade com pesquisa. Alertado, o Ibope teria decidido rever seus dados, que indicariam uma vantagem de Rollemberg sobre os demais candidatos, confrontando levantamentos de empresas locais.
O sinal de alerta foi ligado na semana passada no escritório da advogada Gabriela Rollemberg, filha do governador de Brasília. Ali, a preocupação com ‘pesquisas fake’ é cada vez maior. O argumento para pedir uma suposta intervenção do TRE nos institutos é o de que, sem mais nem menos, Rollemberg, que encabeçava todas as listas depois da renúncia do ex-candidato Jofran Frejat, começou a aparecer, em um curto período, fora do segundo turno.Hoje, as informações sobre a sucessão em Brasília que chegam às redações são desencontradas. No grupo de Rollemberg, portanto, ninguém descarta que números maquiados tentem beneficiar esse ou aquele candidato.
Os estudos mais recentes – todos nas gavetas, justamente por essa suspeição -, indicam que Eliana Pedrosa (Pros) tem 18% das intenções de voto, seguida por Alberto Fraga (DEM), que teria cerca de 11,5% e, em terceiro, Rogério Rosso (PSD), com 9%. Rollemberg estaria em quarto lugar, com 7%, tecnicamente empatado com o general Paulo Chagas (PRP), com 7,5%. Ibaneis Rocha (MDB), Julio Miragaya (PT), Alexandre Guerra (Novo) e Fátima Souza (Psol) fechariam a lista com percentuais que variam de 1,2% a 3%.