26/08/2018 às 06h36min - Atualizada em 26/08/2018 às 06h36min

O que pensa general Heleno, guru de Bolsonaro na segurança pública

Homem de confiança do candidato à Presidência da República pelo PSL conta ao Metrópoles suas propostas em eventual governo do ex-militar

Metrópoles

Agenda cheia, contato frequente por telefone com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e palpites sobre o cenário político nas redes sociais. Assim tem sido parte da rotina do general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira, um dos nomes à frente dos planos de segurança pública e defesa nacional do candidato do PSL ao Palácio do Planalto. Em conversa por telefone com o Metrópoles, o militar expôs suas ideias sobre redução da maioridade penal, posse e porte de armas e o direito de policiais matarem criminosos sem responderem judicialmente. Heleno também diz temer que o Brasil se torne um “anarcopaís”.

Embora conheça cada linha das diretrizes divulgadas pelo PSL e disponibilizadas no site do partido e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o general evita chamar o documento como plano de governo. O colaborador de Bolsonaro reclama que as ideias expostas pelos presidenciáveis não têm muita profundidade e, nos debates e programas televisivos, é impossível expô-las. “Em 30 segundos? É brincadeira! É o tipo de coisa em que fica todo mundo se enganando. São frases pré-fabricadas e bonitas, mas, na ‘hora do vamos ver’, não vão funcionar”, critica.

"Essa história de que ficam cobrando programa de governo é uma farsa. São meros protocolos de intenção. Enquanto não tiver ministro designado, não faz sentido. Os programas vão ser feitos mesmo ali, nos dois meses entre o resultado da eleição e a posse, em janeiro"

Heleno e outras pessoas próximas a Bolsonaro, incluindo militares, criaram um grupo em Brasília que se reúne e conversa por aplicativos de celular para tratar de plano de governo e outros assuntos capazes de auxiliar o deputado federal na corrida presidencial. “Temos pensado muito nesses pontos imprescindíveis, como saúde, educação, relações exteriores e segurança pública”, conta.

Bagagem
Nascido em Curitiba, Augusto Heleno construiu uma carreira sólida no Exército Brasileiro. Atuou como comandante militar da Amazônia e foi chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia. Ele também liderou as tropas brasileiras em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. Trabalhou por quatro anos na Presidência da República, nos governos Collor e Itamar Franco, comandou a Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, além de ter sido adido na França e na Bélgica por dois anos. Em 2011, passou para a reserva do Exército Brasileiro.

É impossível um presidente conhecer profundamente todos os assuntos abarcados pela sociedade. Estamos vivendo um período muito difícil, depois de 20 anos de desilusões, incompetência e falta de gestão. Corrigir isso demora. Não será fácil. Hoje, ser presidente da República é missão de sacrifício."
general Augusto Heleno

É com essa bagagem que o general reformado pretende contribuir num eventual governo de Bolsonaro, caso seja designado ministro da Defesa ou qualquer outro cargo no âmbito da segurança.

Cinco perguntas para o general Augusto Heleno