A Polícia Civil do DF apreendeu 100 gramas de maconha e prendeu um idoso de 76 anos, na manhã desta terça-feira (28), no Jardim Botânico. Segundo informações do delegado da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), José Ataliba, esse foi um desdobramento da segunda fase da Operação Theya, quando um neto do idoso foi preso por tráfico de drogas.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram o entorpecente no quarto do caseiro, Marcos Antônio Saraiva de Souza, 43 anos, que prestava serviço para o idoso Túlio Fernando Myrinck de Oliveira Melo. A polícia ainda encontrou cerca de R$ 9,5 mil debaixo do colchão do funcionário e da esposa dele.
“Eles alegam que o montante é do salário da mulher do caseiro, mas não acreditamos na hipótese até porque ela não tem comprovantes de pagamentos”, conta o delegado José Ataliba.
Cadeirante
Túlio é cadeirante e convive com uma doença degenerativa conhecida como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Indagado, ele informou que a droga seria para consumo próprio. “Ele alega que sempre consumiu o entorpecente, e como é cadeirante faz a compra em uma boa quantidade para deixar guardada em sua residência”, diz Ataliba.
As investigações darão continuidade para saber a origem do dinheiro e qual seria seu destino. “Tudo é possível. Aparentemente poderia se tratar de um tráfico, mas temos que avaliar se o neto que vendia a droga, ou se era do caseiro e a esposa ou até mesmo para o consumo pessoal do acusado”, explica o delegado.
A polícia acredita ainda que Marcos poderia utilizar a casa do patrão como um apoio para a comercialização da maconha. Conforme o delegado, o caseiro chegou a confessar que ajudava Túlio a consumir a maconha. Disse que preparava os cigarros e o auxiliava no fumo. Por conta da doença degenerativa, ele não teria capacidade para fazer aquilo sozinho.
Operação
A Polícia desconfiou da propriedade da droga na residência, no Jardim Botânico, quando o neto de Túlio foi preso e autuado por tráfico de drogas, há três meses. Ao realizar as buscas e apreensões no dia 25 de maio, o neto confessou que tinha drogas no local, mas o avô proibiu a entrada da polícia que não tinha um mandado de prisão em mãos. “Com isso, ficamos com a pulga atrás da orelha e desconfiávamos que ali poderia ter mais drogas”, conta. Após receber uma denúncia anônima, os agentes foram novamente até a residência e encontraram o restante dos ilícitos.
Tudo começou quando a Polícia Civil deflagrou a Operação Theya e cumpriu o mandado de prisão de um traficante no DF. Feitas as investigações, foi possível identificar que o criminoso teria ligação com mais cinco pessoas que repassavam as drogas e as comercializavam no WhatsApp e Facebook. “A partir daí, as apurações foram intensificadas. Cumprimos 31 mandados de busca e apreensão, até chegarmos neste idoso”, destaca José Ataliba.
Ainda de acordo com a polícia, o patrão e o funcionário foram encaminhados para a 1ª DP por suspeita da comercialização da droga. O idoso Túlio, proprietário da maconha, até então, foi autuado por posse ilegal de drogas. Ele assinou um Termo Circunstanciado e foi liberado em seguida.
Já o caseiro foi preso e autuado por induzir ou auxiliar alguém ao consumo indevido de drogas. Se condenado, pode pegar de 1 a 3 anos de prisão. Uma fiança no valor de R$ 1 mil será estipulada. O homem só será liberado após o pagamento. O neto de Túlio já responde em liberdade por tráfico de drogas.