Equipes de emissoras de ao menos duas grandes rede de televisão, e de produtoras independentes, estão desembarcando em São Paulo – capital e interior -, para produzirem, no calor da disputa eleitoral, reportagens sobre a operação Prato Feito, que investiga desvio de recursos da União nos programas da merenda escolar de diferentes cidades do Estado.
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal em maio último, mas até hoje tem provocado consequências e prejuízos políticos graves . Agentes públicos foram presos. As câmeras devem focar em aliados do ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência da República.
Passados quatro meses desde o início da operação, a Polícia Federal mantém uma lupa em 65 contratos suspeitos, cujos valores totais ultrapassam mais de 1 bilhão 600 milhões de reais. Cinco grupos criminosos teriam desviado recursos do Ministério da Educação destinados ao fornecimento de merenda escolar, uniformes, material didático e outros serviços.
Essa nova cobertura tem dois objetivos: material jornalístico, de um lado, e de outro, inserções nas campanhas eleitorais. Menos na de Alckmin, claro.Ao menos 85 pessoas estariam envolvidas nos esquemas: 13 prefeitos, 4 ex-prefeitos, 1 vereador, 27 agentes públicos não eleitos e outras 40 pessoas da iniciativa privada. Quando a operação foi deflagrada em maio, foram cumpridos mais de 100 mandados de busca e apreensão, bem como de cinco prisões de políticos e empresários.
Toda essa movimentação faz parte da guerra que se trava pelo Poder. A iniciativa de ‘vender’ a pauta jornalística teria partido do comando da campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Seria uma maneira de o capitão-deputado dar o troco no tucano Alckmin, que tem desferido tiros que, embora pouco certeiros, deixam estilhaços no QG de Bolsonaro.