Vice na chapa do candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, general Hamilton Mourão foi sabatinado nesta noite no programa Central das Eleições, transmitido na noite desta sexta-feira (7/9) pela Globonews. Logo na abertura da entrevista, Mourão falou sobre o atentado contra o deputado federal, ocorrido nessa quinta-feira (6) em Juiz de Fora (MG).
Ele destacou que Bolsonaro está em recuperação e, portanto, a coordenação de campanha suspendeu atividades da agenda eleitoral neste primeiro momento. Segundo ele, em momento oportuno, provavelmente no início da próxima semana, o comando da corrida ao Planalto vai melhor definir a estratégia daqui até as eleições, visto que dificilmente Bolsonaro terá condições de voltar a pedir votos nas ruas.
O militar enfatizou a necessidade de se ter “muita calma nessa hora”. Conforme informou, a investigação do assunto é “responsabilidade da Polícia Federal”. Na avaliação de Mourão, a resposta não vem por meio de discurso de ódio. “Nós estamos lançando pequenos vídeos. Não adianta haver confronto neste momento, que não faz bem a ninguém e é péssimo para nosso país”, completou.
Depois, Mourão entrou nos planos da chapa se eleita e na defesa das posições polêmicas do cabeça da coligação, as quais defendeu de forma firme. Confrontado sobre como se sentia em saber que o também general Augusto Heleno, além do príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, eram considerados “preferências” do presidenciável para ocupar cargo de vice, ele disparou: “Sempre fui a primeira opção”.
“Há três anos, ele me procurou e me chamou. “Eu não queria ser candidato. Fiquei aguardando. Ele buscou outras opções para melhor composição, mas voltou a olhar para o banco de reserva”, rebateu.”[Bolsonaro] me conhece bem e me respeita.
Armamento
Durante a sabatina, o general Mourão foi perguntado sobre o armamento como proposta para combater a violência e fortalecer a segurança dos cidadãos brasileiros. A implementação da medida é cogitada em eventual governo de Bolsonaro. “Essa questão é polêmica. Ninguém é dono da verdade. Não vamos jogar fuzis nas mãos das pessoas”, explicou, mas ele manteve a defesa do direito de os brasileiros portarem armas “para se defenderem”.
“Os acidentes de trânsito matam tanto quanto homicídios no Brasil, e ninguém parou de vender carro”, explicou. “A questão de você ter uma arma é o equilíbrio de forças. Se você tiver uma pistola e souber usar poderá se proteger”, ponderou.
Intervenção
Outro assunto em destaque na discussão foi a intervenção federal instaurada na segurança pública do Rio de Janeiro desde o início deste ano para conter os índices de violência no estado. O militar afirmou que a medida foi colocada em prática “claramente com fins político militar”. De acordo com ele, “o Exército não foi consultado” sobre o assunto antes da medida ser anunciada, o que ele criticou.