14/09/2018 às 06h57min - Atualizada em 14/09/2018 às 06h57min

Eleições 2018 | Da Caixa De Pandora A Lava Jato, As Âncoras Da Candidatura De Rosso

Fonte: Blog do Callado

s âncoras que afundam a candidatura de Rosso ao Palácio do Buriti assombram integrantes da sua coligação, entre eles o candidato ao Senado, Cristovam Buarque. Os dois foram responsáveis pelo desmonte da chamada Via Alternativa

Rogério Rosso

Talvez nenhuma candidatura tenha tantos questionamentos a responder, quanto á de Rogério Rosso (PSD). São muitos os casos em que seu nome é citado, vão desde a Operação Caixa de Pandora até a Operação Lava Jato. Alia-se a isso a baixa aprovação do seu governo-tampão.

As âncoras que afundam a candidatura de Rosso ao Palácio do Buriti assombram integrantes da sua coligação, entre eles o candidato ao Senado, Cristovam Buarque. Os dois foram responsáveis pelo desmonte da chamada Via Alternativa, uma grande aliança para concorrer contra o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) nas eleições deste ano.

Resultado da desastrosa articulação de Rosso e Cristovam foi a dispersão do grupo e a formação de quatro chapas, que acabou favorecendo Rollemberg, hoje o mais cotado para ir ao segundo turno entre os que estão no segundo pelotão.

 

Operação Caixa de Pandora

Rosso foi acusado em 12 de julho de 2016, a respeito de um escândalo de corrupção que derrubou, em 2009, o então governador José Roberto Arruda (PR), no caso que ficou conhecido como “mensalão do DEM” – esquema de corrupção desvendado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Civil do Distrito Federal.

Seu colega de bancada do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM), foi flagrado em vídeo divulgado pelo site Os Divergentes assumindo ter visto gravações que flagram pessoas ligadas a Rosso recebendo dinheiro de Durval Barbosa, delator do mensalão do DEM.

Em outra nota, de julho de 2016, publicada pelo site o Antagonista, com o título “Quem manda em Rogério Rosso?”, o candidato do PSD também é citado nos depoimentos de Francinei Arruda, técnico em informática que gravou e editou os vídeos do escândalo do mensalão do DEM. À Justiça do Distrito Federal, ele revela a existência de gravações inéditas em que Rogério Rosso apareceria recebendo dinheiro do esquema.

Na mesma época, o jornal a Folha de S.Paulo, publica novos trechos do depoimento de Francinei em que ele sugere que Durval Barbosa, delator do mensalão que planejou os vídeos, usa a gravação de Rosso para chantageá-lo.

Em agosto deste ano, confrontado no debate da TV Brasília/Correio sobre um comentário de Fraga, Rosso disse que o colega “mentiu”.

Em resposta, Fraga afirmou que quem está mentindo é Rosso. “Eu disse que teria visto o Francinei, numa delação, afirmar que tinha editado os vídeos com relação ao Rogério Rosso. Disse que vi vários vídeos e me neguei a comentar o assunto”, disparou. O caso ainda não foi esclarecido.

 

Tribunal de Justiça do DF

Em 2010, Rosso foi eleito governador do Distrito Federal, em primeiro turno com 13 votos dos 24 parlamentares em eleição indireta na Câmara Legislativa. Seu governo foi marcado pela desaprovação popular, segundo pesquisas da época.

Em 2010, o Tribunal de Justiça do DF acusou Rosso por extinção e criação de cargos com aumento de remuneração sem autorização legal na Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), à frente do GDF. A Justiça determinou ainda ele ressarcisse os cofres públicos pelo prejuízo causado. Houve recurso no primeiro grau, porém, a sentença foi mantida.

 

Operação Lava Jato

Rosso também tem seu nome citado na Lava Jato, a principal operação que combate a corrupção no país. O ex-diretor da Andrade Gutierrez Rodrigo Lopes, um dos delatores da empresa, contou aos investigadores da Lava-Jato que Rogério Rosso  teria pedido propina de R$ 12 milhões pelas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha.

“Em 2010, antes da assinatura do contrato, houve o pedido de propina para o então governador Rosso, através de um operador indicado, no valor de R$ 12 milhões, proposta refutada pela Andrade Gutierrez. Em 2011, após a assinatura do contrato, foi feito um ajuste e pagamento no valor de R$ 500 mil, ao mesmo operador indicado pelo ex-governador”, diz um trecho.

Em nota, Rosso negou as denúncias e disse estar “profundamente consternado e indignado com as mentiras, citações caluniosas e ofensivas envolvendo meu nome na questão do Estádio de Brasília”.

“A licitação da obra do Estádio já estava em andamento com análise e avaliação pelos órgãos de fiscalização e controle, e apenas quando autorizada por esses órgãos é que foi dada continuidade no certame pela Novacap, responsável pela obra e de seus desdobramentos administrativos técnicos e administrativos”, disse Rosso à época.

 

Operação Panatenaico

Em maio de 2017, a Polícia Federal deflagrou a Operação Panatenaico, um braço da Lava Jato. Dez pessoas foram presas, incluindo dois ex-governadores do DF: Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), além de Tadeu Filippelli (MDB), ex-vice de Agnelo e ex-assessor especial do presidente Michel Temer (MDB). Rosso também foi citado, mas como é deputado federal e tem foro privilegiado, acabou ficando fora.

Em abril deste ano, a juíza da 12ª Vara da Justiça Federal no DF remeteu ao Supremo Tribunal Federal (STF) as cópias das peças relativas a supostas irregularidades cometidas pelo então governador-tampão do DF em 2010, Rogério Rosso (PSD), no âmbito da Operação Panatenaico.

Embora a magistrada Pollyana Kelly Maciel Medeiros Martins tenha aceitado denúncia contra 12 pessoas suspeitas de fraudes e desvios de recursos públicos nas obras do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014, a ação do Ministério Público Federal (MPF) que envolve Rosso voltará ao STF. A decisão ocorre devido à prerrogativa de foro do ex-governador do DF, pelo fato de ele ser deputado federal.

Em novembro de 2017, o relator do pleito no STF, ministro Edson Fachin, já havia indeferido pedidos de diligências prévias contra Rosso no caso. No processo, Fachin afirmou que afastaria a competência da Suprema Corte para analisar a ação devido à “insuficiência dos elementos indiciários até então colhidos em face do parlamentar”.

Novamente, Rosso se mostrou indignado: “Repudio veementemente qualquer tentativa de associar meu nome nesse ou em qualquer outro episódio sobre irregularidades na minha gestão. Estou tranquilo quanto à lisura de todos os atos por mim praticados enquanto governador ou no exercício de qualquer função pública”, afirmou.

 

 


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