23/01/2017 às 09h10min - Atualizada em 23/01/2017 às 09h10min

Em 30 horas, cinco assassinatos ocorreram no DF

Jbr

Um assassinato a cada seis horas. Essa foi a média contabilizada entre as manhãs de sexta-feira e de ontem, período em que cinco pessoas morreram de forma violenta no DF. Além dos casos na capital, a morte de um jovem assustou a população de Luziânia (GO), Região Metropolitana.

A família de Oseias Barbosa, 29, descobriu que ele havia sido assassinado brutalmente por vídeos e fotos compartilhados em redes sociais. O homem saiu de casa na sexta-feira à noite e, na manhã seguinte, seu corpo, decapitado e com feridas profundas no peito, estava estendido em uma estrada de terra na Vila Juracy, em Luziânia. Somente ontem as autoridades localizaram a cabeça da vítima, em um matagal. Ninguém havia sido preso até o fechamento desta edição.

O corpo e a cabeça da vítima estavam separados a uma distância de cerca de 500 metros, em uma estrada que dá acesso à barragem em construção e onde será feito um parque ambiental. Foi a família, acompanhada pelo Grupamento de Salvamento com Cães do Corpo de Bombeiros de Goiás, que localizou os restos mortais, 24 horas após saber do crime.
O Instituto Médico Legal o identificou pelas digitais. Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram assim que o crime foi descoberto. Familiares foram ouvidos e há um suspeito foragido. A hipótese inicial é de ligação com drogas.

Abuso de álcool

Mais novo entre cinco irmãos, Oseias, segundo os familiares, era “tranquilo”. Terminou recentemente o Ensino Médio, não tinha emprego fixo e morava com os pais a cerca de dois quilômetros do local do assassinato. “Ele bebia a pinguinha dele, mas era uma boa pessoa. Não é fácil encontrá-lo assim”, lamentou o irmão, Edson Andrade, desempregado de 26 anos.

“Comigo, pelo menos, ele sempre foi muito educado, carinhoso. Pedia bênção, me abraçava. Até então não sabemos se ele tinha inimigo, se devia algo a alguém, nada. É crueldade demais”, disse entre lágrimas a tia Nilma Barbosa, 44.
“Na sexta à noite, ele já havia bebido e disse que ia sair. O pai não queria. Fechou a porta, tentou convencê-lo a ficar em casa. Mesmo assim ele foi… e não voltou”, contou.

Antes de a cabeça da vítima ser localizada, outra irmã fez um apelo no Facebook para que Oseias não fosse enterrado decapitado: “Não consigo entender tanto de crueldade nesse mundo. Peço para Deus tocar no coração das pessoas que acharem a cabeça e nos avisarem. Peço ajuda, é injustiça ser enterrado sem cabeça. Eu creio na justiça de Deus. Saudades meu irmão”.

Homem invade casa de cueca

Um homem foi morto a facadas após invadir, usando apenas cueca, a casa de uma família na Estância Mestre D’Armas I (Planaltina). Segundo a Polícia Civil, ele pegou uma criança de 12 anos como refém quando o dono da casa pediu que saísse. Armado com um pedaço de madeira, o invasor partiu para cima do morador, que o atingiu no tórax. Esse foi um dos cinco homicídios registrados no DF em 30 horas. O caso foi às 7h de sábado.

Em Ceilândia, na manhã de ontem, um homem foi encontrado na rua com 17 perfurações no corpo e lesões na cabeça. Quase 24 horas antes, uma mulher de 31 anos morreu baleada no Sol Nascente.

Na madrugada de sábado, um menor de 17 anos e dois adultos de 23 e 39 anos foram alvejados por tiros próximo ao campo sintético da Estrutural. O menor não resistiu. Em Sobradinho, a vítima, de 35 anos, foi alvejada por um tiro.

Saiba Mais

Com quase 180 mil moradores, Luziânia, a 60 quilômetros de Brasília, figura entre os 150 municípios brasileiros mais violentos.

O Mapa da Violência do ano passado colocou a cidade em 85º lugar, com uma taxa média de 51,7 homicídios a cada cem mil habitantes.


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