Para Dionísia Pereira (foto em destaque), Joaquim Roriz era mais que um político. “Sempre fui fã porque ele olhava pelos mais pobres”. A admiração pelo político começou quando ela conseguiu, por meio de um programa habitacional, sair do aluguel, em Santa Maria. Como forma de agradecimento, a diarista de 54 anos imortalizou o ex-governador em um quadro, que guarda com muito carinho em casa. Durante o velório do ex-político, ela exibia orgulhosamente a peça.
Esse quadro fica no meu quarto. Guardo com muito carinho para nunca esquecer que foi ele quem me ajudou. Minha família toda amava ele" Donísia Pereira, diarista.
Assim como Dionísia, outras pessoas que compareceram ao Memorial JK, na tarde desta quinta-feira (2/9), levaram bandeiras, santinhos, quadros e outros adereços em homenagem ao patriarca da família mais tradicional da política local. Muitos, emocionados, não seguraram as lágrimas; duas mulheres chegaram a desmaiar e tiveram de ser socorridas pelo Corpo de Bombeiros.
oão Delmondes, 85 anos, carregava no bolso um santinho das eleições de 2002, quando Roriz derrotou Geraldo Magela e se reelegeu governador do DF. O aposentado tinha mais um motivo para lembrar com carinho do ex-gestor, pois foi motorista de Roriz. “Minha cabeça já está falhando, mas lembro de como ele era gente boa. Era um pai para mim”, comentou.
Cristina Bueno, 49 anos, moradora do Gama, foi ao velório com uma enorme bandeira de Roriz jogada nas costas. Ela diz nunca ter recebido nada do ex-governador, mas reconhece a transformação social promovida por ele. “Ele não fez nada diretamente da minha vida. Não é porque eu não ganhei nada que ele não é bom. Ele era bom para todo mundo, para os ricos e para os pobres. No governo do Roriz as pessoas eram felizes e não sabiam”, ressaltou.
Memorial em Samambaia
Outro fã de Roriz, Wesley de Souza, 50, abordava os presentes no velório recolhendo assinaturas para que Roriz posse sepultado no Memorial JK e, se não for possível, que o GDF construa um memoria em Samambaia, a primeira das 11 regiões administrativas fundadas por Roriz. “Já que tivemos um grande presidente, que um grande governador fique ao lado dele. Ele era o governador dos pobres”, disse ele, fazendo referência à Juscelino Kubitschek.