04/10/2018 às 21h10min - Atualizada em 04/10/2018 às 21h10min

Haddad responde a 32 processos na Justiça, afirma revista

Matéria de capa da IstoÉ destaca denúncias de irregularidades das quais o presidenciável petista seria alvo no Judiciário

DA REDAÇÃO
Metrópoles

Substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa presidencial, Fernando Haddad responde a 32 processos, que vão de suposto recebimento de dinheiro no âmbito da Lava Jato a denúncias por improbidade administrativa e superfaturamento de obras. Essas informações fazem parte da reportagem de capa intitulada “Haddad, o candidato de 32 processos”, que a revista IstoÉ publicou nesta quinta-feira (4/10), a menos de três dias do primeiro turno das eleições.

De acordo com a publicação, “Fernando Haddad não foi escolhido pelo presidiário Lula para substituí-lo na corrida presidencial por acaso”. A revista ressalta que o presidenciável “carrega o mesmo DNA dos malfeitos de seu padrinho político encarcerado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, desde abril”.

 

Na reportagem, a IstoÉ destaca que o candidato petista é um dos “campeões da ficha de ilícitos cometidos na vida pública”. Nessa “extensa folha corrida”, diz a revista, “Haddad, já é réu em dois processos, é acusado de receber dinheiro de caixa dois de empreiteira condenada na Operação Lava Jato, denunciado por crimes de improbidade administrativa, suspeito de superfaturamento de obras e serviços, acusado pelo desvio de recursos e até da aplicação ilegal de dinheiro público”.

Não bastasse seu envolvimento direto em inúmeras irregularidades, prossegue a revista, o presidenciável do PT se cercou na campanha rumo ao Palácio do Planalto, a mando de Lula, de assessores e coordenadores igualmente processados por crimes no Petrolão, “dando indicativos concretos de que o partido reativará – num eventual futuro governo – a máquina de corrupção azeitada durante os 13 anos de PT no poder”.

“Pior. Além do risco de retrocesso ético, a eleição de um novo poste de Lula para o cargo de presidente resgatará a ameaça da ineficiência e da incompetência administrativa que marcou a gestão de Haddad tanto à frente da Prefeitura de São Paulo como do Ministério da Educação”, destaca a publicação.

Caixa dois
A reportagem ressalta que Haddad, formado em direito pela tradicional Faculdade do Largo do São Francisco, sempre alardeou pautar sua vida pública pelo caminho da retidão. “A narrativa, como quase tudo no PT, não para em pé”, reforça a matéria. “Basta jogar uma lupa sobre sua vida pregressa para se perceber que o presidenciável petista é lobo com cútis de cordeiro. Ou seja, encontra-se tão encrencado quanto seus padrinhos políticos petistas”, diz a revista.

Segundo a IstoÉ, a Kurier Analytics, empresa de gestão de informações jurídicas, foi quem levantou, a pedido da revista, a “ficha corrida” de Haddad na Justiça e catalogou a existência de 31 processos contra o ex-prefeito, apurando o número da ação, a vara em que está ajuizada a causa e os motivos dos procedimentos.

A reportagem diz ter acessado, um por um, os processos. Na relação, apenas não constava a 32ª ação contra o petista, por correr na Justiça Eleitoral. Ela versa sobre o recebimento de caixa 2 na sua campanha a prefeito em 2012. Essa denúncia, formulada pelo promotor Luiz Henrique Dal Poz, foi aceita pelo juiz Francisco Shintate.

Como desdobramento da Operação Lava Jato, o ex-prefeito é acusado, de acordo com a revista, de ter recebido, em 2013, R$ 2,6 milhões da Construtora UTC para o pagamento de uma dívida contraída junto a gráficas. O dinheiro supostamente não foi contabilizado e teria chegado ao PT por meio do doleiro Alberto Youssef, segundo delação do ex-presidente da empreiteira Ricardo Pessoa.

Como contrapartida, a Constran, do grupo UTC, teria ganho uma licitação de R$ 417 milhões promovida pelo prefeito para a construção de um terminal rodoviário em Itaquera, de acordo com denúncia do promotor Marcelo Mendroni.

Dívidas
“As contas de campanha de Haddad, na verdade, sempre foram uma espécie de caixa de Pandora do petista”, destaca a publicação. “Na campanha à reeleição para prefeito em 2016, Haddad ficou devendo R$ 2,1 milhões para o publicitário Giovane Favieri, da F5BI, em razão da locação de equipamentos de edição de vídeos”, reforça.

Segundo a IstoÉ, Favieri, investigado pela Operação Lava Jato por receber dinheiro sujo em campanhas eleitorais, inclusive para o PT, entrou na 6ª Vara Cível com ação para recolher o débito. No último dia 16 de agosto, o PT fez acordo para ele ganhar o valor em parcelas até 2020.

“O mais suspeito, contudo, é que, no último dia 25, Favieri recebeu outros – ou seriam os mesmos? – R$ 2,1 milhões oriundos do caixa da campanha presidencial de Haddad, conforme registrado no TSE, também a título de locação de equipamentos para edição de vídeos”, afirma a matéria.


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