Os deputados Cabo Daciolo (Patriota-RJ) e Marco Feliciano (Podemos-SP) bateram boca no início da tarde desta quarta-feira (17/10) no plenário da Câmara. O motivo: um vídeo em que o parlamentar fluminense associou o paulista à maçonaria. Evangélico, Feliciano foi tirar satisfações com o bombeiro militar, que concorreu à Presidência da República.
“Eu disse para ele: ‘O mesmo Deus que disse que você seria o presidente da República foi o que te disse que eu sou maçom, ou seja, não é Deus”, disse Feliciano sobre o ocorrido.
Segundo Daciolo, o vídeo é sobre “as pessoas que estão comercializando a palavra de Deus”.
“Citei ele (Feliciano) e Silas Malafaia como exemplo do envolvimento deles com a maçonaria. Maçonaria essa que está no poder desde sempre no nosso País”, afirmou Daciolo. “Vamos esperar o tempo, Deus vai revelar. Eu só pedi para eles se arrependerem e virem para Jesus e ficarem no primeiro amor, no caminho do senhor Jesus que é amor, não comercializar a palavra de Deus”, disse.
Em meio à discussão, os deputados trocaram ofensas como “seu falso profeta”. Daciolo disse que “o povo não vai ser mais enganado”. Feliciano retrucou. Disse que Daciolo é “criança, maluco, demente, neurótico e desequilibrado”.
Feliciano afirmou que não há demérito em ser maçom. “Eu não sou maçom, mas se eu fosse, qual o demérito? Qual o problema?”, questionou o deputado paulista. “Volte para o primeiro amor”, respondeu Daciolo.
O deputado do Podemos disse que nunca teve qualquer ligação com a maçonaria e que conhece a instituição por livros. Ele afirmou ainda que tentou confrontar Daciolo antes, mas que o deputado “fugiu”. “É uma lástima porque traz um prejuízo para a comunidade evangélica”, comentou.
Feliciano alegou que o vídeo do colega de parlamento viralizou e o prejudicou na eleição. Feliciano foi reeleito por São Paulo, com 239.784 votos. Na eleição de 2014, teve 398.087. “Ainda bem que o Parlamento se livrou de você”, declarou Feliciano a Daciolo.
Neutralidade
Na eleição presidencial deste ano, Cabo Daciolo ficou em sexto lugar. Somou 1.348.323 votos (1,26% do total válido). Para o segundo turno, disputado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), o candidato do Patriota adotou a neutralidade.
“Um prega o comunismo e está querendo fazer do Brasil uma Venezuela. O outro quer liberar tudo, quer colocar arma na mão de todo mundo, privatizar tudo, ‘bandido bom é bandido morto’. Bandido bom é lavado e remido no sangue do senhor Jesus, transformado. Então nem Haddad, nem Bolsonaro! Eu não voto no menos pior. Eu voto no ideal. O ideal hoje para a nação se chama Cabo Daciolo.”