O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, avalia que será preciso uma catástrofe global para que Jair Bolsonaro (PSL) não seja eleito Presidente no domingo (28). “Só um tsunami”, disse. Ele afirma que o cenário aponta para a vitória do candidato. “A grande dúvida é qual vai ser a diferença (para Haddad)”, explica Montenegro.
Na última pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada terça-feira (23), Bolsonaro tinha 57% das intenções de voto contra 43% de Fernando Haddad (PT), em um cálculo que considera apenas os votos válidos. A diferença entre os dois é de 14 pontos.
A diferença, segundo avalia Montenegro, vai depender só da acomodação dos votos dos indecisos e das abstenções. “As abstenções podem correr de uma forma homogênea ou ficarem maiores em determinadas regiões”, explica. Na pesquisa divulgada dia 23, apenas 3% dos eleitores se disseram indecisos ou não responderam.
O Nordeste pode registrar uma abstenção maior no segundo turno, segundo Montenegro. Como a eleição foi decidida no primeiro turno em sete Estados nordestinos, parte do eleitorado pode ficar desmotivada a ir às urnas por não haver um candidato ao governo estadual, avalia. O Nordeste é a única região em que Fernando Haddad fica à frente de Bolsonaro.
De acordo com Montenegro, é a convicção de votos do eleitorado de Bolsonaro que dificulta um cenário de reversão. “A certeza de votos dos dois candidatos é muito grande, e eles são antagonistas. Só um tsunami poderia fazer um eleitor do Haddad votar em Bolsonaro e vice-versa. Há uma guerra desde o início entre o anti-PT e o PT”, conclui.