29/10/2018 às 06h12min - Atualizada em 29/10/2018 às 06h12min

De generais a astronauta: a tropa de choque do presidente Bolsonaro

Recém-eleito tem lista com militares e apoiadores da campanha para compor corpo ministerial. Quatro já foram anunciados

Metrópoles

Embora insista no discurso de que apenas quatro nomes estão confirmados para compor o governo federal a partir de 2019, o recém-eleito presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) tem trabalhado com uma lista bem maior. A tropa de choque do novo chefe do Executivo federal é composta desde militares a admiradores pessoais do capitão da reserva do Exército.

Por ora, Bolsonaro anunciou somente o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) como chefe da Casa Civil, o general da reserva do Exército Augusto Heleno para o Ministério da Defesa, o economista Paulo Guedespara a pasta de Fazenda e Planejamento e o astronauta brasileiro Marcos Pontes para a Ciência e Tecnologia.

Presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, 60 anos, é cotado para assumir o Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente, que seriam unificados. O ruralista se aproximou de Bolsonaro ao longo da campanha e suas ideias são bem recebidas pelo presidente eleito.

 

residente interino do PSL, sigla pela qual Jair Bolsonaro se consagrou presidente da República, Gustavo Bebianno é cotado para assumir o Ministério da Justiça. O advogado foi o responsável por coordenar a campanha presidencial, assumindo desde a arrecadação de verbas até o contato com a imprensa. Bebianno se aproximou de Bolsonaro em 2017 ao oferecer defesa jurídica voluntária à campanha. O advogado viu o espaço aumentar e ter importância nessa relação.

Militares no comando
A composição do governo passa também pela indicação de integrantes do Exército. Além do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e Heleno, Bolsonaro angariou Oswaldo Ferreira – todos generais da reserva. Ferreira compôs o núcleo militar da campanha que se reunia em Brasília. Por sua passagem pelo comando do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, é cotado para assumir o futuro Ministério de Infraestrutura, pasta que deverá substituir a de Transportes.

O astronauta Marcos Pontes também entra na lista dos ministeriáveis militares, pois é tenente-coronel da reserva da Força Aérea.

Qual o problema de colocar militares em ministérios? Os anteriores colocavam terroristas e corruptos e ninguém falava nada"
Jair Bolsonaro sobre nomear militares como titulares de ministérios

Confira os nomes já confirmados: 

 


Educação, Cultura e Esportes podem virar um só ministério. Três nomes estão cotados para assumir a vaga. O ex-professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Stavros Xanthopoylos, o ex-ministro da Educação de Mendonça Filho (DEM-PE) e o  empresário Eduardo Mufarej, do grupo RenovaBR.

Bolsonaro afirmou ao longo da campanha e escreveu em seu plano de governo que irá reduzir a quantidade de pastas para 15. Não antecipou, porém, quais serão eliminadas ou incorporadas. Ele sinalizou com a redução de pelo menos metade dos 23 mil cargos comissionados na administração federal.

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
Fernando Frazão/Agência Brasil

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De admirador pessoal, Gustavo Bebianno cresceu e virou presidente interino do PSL


Transição
Ainda nesta semana, Bolsonaro deve vir a Brasília para dar início à transição de governo. Tudo indica que as reuniões ocorrerão dentro de um ambiente do governo no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Michel Temer (MDB) vai designar uma equipe para cuidar da passagem do bastão, dando acesso a informações da administração pública pra os futuros governantes.

A intenção é inteirar o novo corpo de funcionários sobre funcionamento dos principais órgãos e entidades, bem como direitos e obrigações.

Embora o atual mandatário do país tenha dito que a transição já começa nesta segunda-feira (29/10), a equipe de transição é autorizada a trabalhar a partir do segundo dia útil após o resultado do pleito. As informações sobre o processo de organização das informações é feito até 10 dias após a posse do presidente eleito, em 1º de janeiro de 2019. Uma das normas para a formação desse grupo é que ele contenha até 50 membros, conforme previsto na Constituição Federal.

Confira todos os ministeriáveis de Bolsonaro e seus nomes fortes no Congresso Nacional: