O DF foi dormir, na noite dessa terça-feira (30/10), com três nomes confirmados para assumir secretarias na gestão do governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB). O emedebista confirmou a primeira leva do secretariado, que iniciará os trabalhos em 1º de janeiro de 2019. A equipe poderia já ter cinco integrantes, mas dois aliados, contudo, declinaram o convite e não vão integrar o Governo do Distrito Federal (GDF).
Auditor concursado do GDF, André Clemente foi o primeiro confirmado, para a Secretaria de Fazenda. Ele também faz parte da equipe designada por Ibaneis para cuidar da transição de governo, na coordenação da área de finanças. A mudança é coordenada pelo vice-governador eleito, Paco Britto(Avante).
Nora do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB) e presidente do MDB Mulher, a publicitária Éricka Filippelli será a titular da Secretaria da Mulher na futura gestão. Já o vice-presidente do Clube de Engenharia de Brasília, Izídio Santos Júnior, ocupará a principal cadeira da Secretaria de Obras.
Não, obrigado
Ao convidar outros dois aliados para os quadros do GDF, Ibaneis Rocha sofreu duas recusas. Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF), Estefânia Viveiros declinou o convite de ser a titular da Secretaria de Justiça do DF.
O empresário José Humberto Pires de Araújo também adiantou que não estará na equipe da nova administração. Ex-secretário de Governo na gestão Arruda, Pires justificou que “motivos profissionais” o impedem de assumir o posto.
Saúde e Segurança
Outros dois cargos que devem ser definidos nos próximos dias são os das secretarias de Saúde e de Segurança Pública.
No primeiro caso, por ser uma das áreas mais sensíveis da gestão, Ibaneis quer ouvir a opinião do ex-secretário da pasta Jofran Frejat (PR) e de sindicatos que representam os servidores da Saúde. Sem consenso, o futuro comandante do GDF preferiu adiar o anúncio do nome estratégico.
Ibaneis quer dividir a Secretaria de Saúde em duas: uma para atenção básica, voltada para a gestão de postos de saúde, e outra que vai cuidar de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (Upas). O governador também pretende criar uma pasta de Planejamento e de Gestão.
Para as políticas de combate à criminalidade, o governador quer aguardar um posicionamento do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). A ideia é que Bolsonaro sugira um nome para atender “as necessidades do DF e a governamental”.
Transição
Segundo o emedebista, a transição do governo por parte da equipe do governador eleito será dividida por núcleos. As reuniões ocorrerão no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Por enquanto, os nomes certos são: a advogada Denise Fonseca, que atuará na área das estatais; Renato Grillo Ely, do setor de mobilidade e transportes; e André Clemente, futuro secretário de Fazenda.
Ibaneis diz que deseja observar as pessoas trabalhando e quem se destacará. Aqueles que ganharem notoriedade têm chances de serem escolhidos para ocupar as chefias das secretarias. A exceção seria Renato Ely: nos bastidores, o empresário não demonstra interesse em estar no governo.
Agenda intensa na terça
Na tarde de terça (30/10), Ibaneis Rocha esteve na Câmara Legislativa (CLDF) para pedir ajustes ao Orçamento 2019, por meio de emendas parlamentares. O governador eleito pretende tornar a peça mais alinhada com suas propostas e promessas de campanha. Entre as prioridades, está aumentar a previsão de concursos para a contratação de servidores.
Na CLDF, o governador eleito entrou no plenário e cumprimentou todos os distritais que estavam presentes. “Estou vindo à Câmara em sinal de respeito. Acredito que, para governar uma cidade, tem que haver uma parceria com o Legislativo. Estarei à disposição desde a transição. Há muitos projetos de interesse do governo, além da questão orçamentária”, explicou.
A visita repercutiu entre os distritais. “Achei um belo gesto, no segundo dia após eleito, ele procurar a Câmara Legislativa. Há muitos projetos importantes que estão tramitando além do orçamento, que, dentro do programa que ele está propondo, deve ter alterações, possíveis desde que tenha uma justificativa plausível”, disse o presidente da Casa, Joe Valle (PDT).
Um dos projetos de interesse de Ibaneis é a Universidade Distrital. “O valor no orçamento colocado pelo governador é muito pequeno: R$ 29 mil. Vou pedir para que os deputados nos ajudem com emendas”, afirmou o governador eleito.
Recursos para o DF
Durante a visita, o emedebista também afirmou que não terá, dentro da sua futura equipe, a deputada federal eleita Celina Leão (PP). Segundo ele, a distrital ficará responsável por trazer recursos para o DF pela Câmara dos Deputados.
“[Ela] é muito competente, mas quer ficar na Câmara Federal. Mas poderá assumir o que quiser no nosso governo. As portas estarão sempre abertas”, comentou Ibaneis.
Ao sair da CLDF, Ibaneis foi para o CICB, onde se encontrou com o governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT). Os dois conversaram sobre o Fórum dos Governadores, evento que reúne chefes do Executivo para discutir temas em comum às unidades da Federação.
“Tivemos, em vários momentos, o GDF sediando encontros do fórum. Tem uma pauta a trabalhar, como, por exemplo, a votação da securitização das dívidas ativas. Isso é uma forma de gerar receitas sem criar tributos e também uma maneira moderna de combate à sonegação”, detalhou Dias.
No fim da noite, Ibaneis se encontrou com o governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o ministro das Cidades, Alexandre Baldy. Eles participaram de um jantar. Entre os temas discutidos, estavam investimentos na capital federal e em Goiás, a região do Entorno e recursos para o Metrô-DF.