O presidente eleito, Jair Bolsonaro, incluiu nesta quinta-feira (1º/11), pela primeira vez, o Ministério da Defesa entre os três superminstérios de seu futuro governo – os dois outros são o da Justiça e o da Economia.
Foi confirmado para a pasta o general Augusto Heleno, da reserva do Exército e principal assessor de Bolsonaro para a área de segurança pública durante a campanha eleitoral. O presidente eleito também deu outros detalhes sobre a estrutura de seu futuro governo. Segundo informou, os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente deverão mesmo ficar separados, mas avisou que ele escolherá os dois ministros. “Não vão ser as ONGs”, garantiu, referindo-se à pasta do Meio Ambiente.
Ele se disse “pronto para voltar atrás” neste caso porque, primeiramente, o setor rural defendeu de forma unânime a união dos dois ministérios, mas depois se dividiu, por entender que a fusão prejudicaria o agronegócio no exterior – onde é exigido dos exportadores o cumprimento de normas ambientais.
O presidente eleito também anunciou que o ensino superior sairá do âmbito do Ministério da Educação e passará a ser administrado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. “Não temos nenhuma das nossas universidades entre as melhores do mundo, e o nosso [astronauta e militar da reserva da Aeronáutica] Marcos Pontes vai dar um gás especial para essa questão aí”, afirmou.
Perguntado se investiria mais nas universidades, disse que não. “Pelo contrário, nós queremos investir mais no ensino básico e médio.” Provavelmente, relatou, o seu governo deverá ter até 17 ministérios – hoje são 29 e, anteriormente, o presidente eleito havia definido que reduziria o número para 15 pastas.
Confira como estão sendo montados os ministérios:
Economia e reforma
Jair Bolsonaro também voltou a dizer que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá “carta branca” para escolher nomes e administrar a pasta, que reunirá a Fazenda, o Planejamento e a Indústria e o Comércio. Sem citar nomes, declarou haver “gente boa” no governo Temer que poderia ser aproveitada por Guedes. Bolsonaro reafirmou os compromissos da sua equipe econômica com as metas de inflação, juros, câmbio e com a reforma da Previdência.
Sobre votar ou não a proposta de reforma agora, ele destacou que isso depende de saber se haverá quórum, já que o Congresso está esvaziado após a eleição. Ele considerou aproveitar “alguma coisa” do que está aprovado na comissão especial da Câmara formada para analisar o texto, mas voltou a defender especificidades para aposentadoria de diversas categorias – inclusive os militares. Conforme afirmou, será necessária e urgente a reforma da Previdência. “Se ficarmos sentados olhando para o céu, vamos correr o risco de virar uma Grécia”, comparou.
Bolsonaro defendeu também a desburocratização do Estado para favorecer empreendedores e uma fiscalização que seja amigável. Também defendeu que a Petrobras faça parcerias para investir mais. Anunciou, por fim, que irá avalizar o acordo Boeing-Embraer.
Exterior
Bolsonaro se mostrou aberto a conversar, inclusive já na próxima semana, quando virá a Brasília, com representantes da China e de outros países que querem negociar com o Brasil. “Vamos fazer negócios sem viés ideológico”, avisou.
E disse não ver “clima pesado ou problemas” em mudar a embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém: “Não é problema de vida ou morte, respeito os judeus e o povo árabe”. Ele disse que esses assuntos serão tratados pelo futuro ministro das Relações Exteriores.