Líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o pastor Silas Malafaia voltou a falar da “ingratidão” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) com o senador Magno Malta (PR-ES).
“Magno Malta foi o primeiro camarada a acreditar em Bolsonaro e viajou o Brasil inteiro para ajudá-lo. Magno foi um guerreiro. Ele que me convenceu a apoiar Bolsonaro. Sou um apoiador intransigente de Bolsonaro, mas não sou subalterno. Também não sou obrigado a concordar com tudo que ele fala”, declarou ao jornalista Mario Sérgio Conti, na Globonews.
Esta não é a primeira vez que Malafaia sai em defesa de Magno Malta. Na última quarta-feira, ao jornal Folha de S. Paulo, ele disse que, para ajudar o então candidato à Presidência, Malta “esqueceu a campanha e tomou ferro”. O senador não conseguiu se reeleger.
“Minha filha, aprendi uma coisa: gratidão é memória do coração”, disse o pastor ao jornal.
Ele justificou o fato de Malta ter recusado o convite para ser vice-presidente de Bolsonaro por uma questão de negociações partidárias. “O presidente do PR fez um acordo com o centrão. O Magno não é líder do PR. Valdemar da Costa Neto, que estava acordado com o centrão, falou que não ia fazer acordo com Bolsonaro. Magno em nenhum momento esnobou o Bolsonaro”, argumentou.
Malafaia ainda discordou de que há uma ala evangélica disputando o poder no futuro governo. “Eu acredito mais que tem os militares, os filhos e a área econômica (na disputa). Na equipe dele tem esses três grupos, mas não tem os evangélicos”, justificou.
Na entrevista, o pastor também falou sobre a ditadura militar: “Teve ditadura sim. A ditadura foi um remédio ruim para um mal pior. Havia gente querendo implantar o comunismo no Brasil. Mas dizer que não houve ditadura, com a imprensa cerceada, é querer que eu acredite em papai noel”.
Apesar de reconhecer a existência do regime, Malafaia defendeu Bolsonaro sobre seu elogio ao coronel Carlos Alberto Ustra durante votação do impeachment de Dilma Rousseff. “Quando o Bolsonaro fez um elogio ao coronel Ustra, outro deputado (Glauber Rocha, PSOL-RJ), tinha elogiado Marighella, que foi um assassino. (…) Para mim, assassino do Estado e assassino que quer tomar o poder é a mesma coisa”, respondeu.