Em meio ao imbróglio envolvendo membros do PSL, incluindo os filhos do presidente eleito Jair Bolsonaro, sobre protagonismo no partido, os eleitos da legenda se reúnem na próxima quarta-feira, 12, à tarde com o futuro chefe de Estado no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde se concentra o governo de transição. As disputas recentes devem entrar no debate do encontro, embora não tenham sido o motivo da agenda.
O vice-líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), disse que o encontro já estava marcado há muito tempo, dentro do circuito de reuniões que Bolsonaro tem feito com as bancadas partidárias do Congresso. Disse ainda que as disputas não foram o motivo para realizar o evento. “Eu convoquei os eleitos bem antes disso e também não há nada demais nas conversas, os debates são normais”, afirmou.
O protagonismo de parlamentares eleitos pelo PSL e ainda não empossados tem incomodado a família Bolsonaro e antigos parlamentares. Nos últimos dias, dois filhos do presidente eleito enviaram recados diretos e indiretos para seus correligionários pelas redes sociais. Paralelamente, os correligionários tiveram um debate acalorado em um grupo de WhatsApp. No grupo de troca de mensagens, que reúne os eleitos pelo partido, Joice Hasselman (PSL-SP) criticou a articulação da legenda e discutiu com o deputado e senador eleito Major Olímpio (PSL-SP).
Segundo Waldir, a convocação para a reunião de quarta foi feita por meio deste mesmo grupo de WhatsApp. Paralelamente, nesta sexta-feira, o deputado eleito por São Paulo Junior Bozzella afirmou que foi escolhido como líder da bancada do PSL de São Paulo e Alexandre Frota (PSL-SP) será o vice-líder. Um dos objetivos, segundo Bozzella, é fazer a interlocução de São Paulo junto à transição de governo e “ajudar de fato o Brasil e o Governo Bolsonaro”.Posteriormente, Eduardo Bolsonaro entrou na conversa e disse que recebeu ordens do pai para conduzir articulações na Câmara apenas nos bastidores, de modo a não irritar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que poderia acelerar a aprovação das chamadas “pautas bombas” na Casa.