A Polícia Federal está nas ruas desde as primeiras horas desta terça-feira (11/12) cumprindo mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Aécio Neves (PSDB) e a irmã dele, Andréa Neves, no Rio de Janeiro. Outros alvos da operação são Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB) e empresários suspeitos de emitirem notas fiscais frias para políticos.
A operação também ocorre em São Paulo, Minas Gerais, Brasília, Bahia e Rio Grande do Norte. De acordo com a Polícia Federal, o senador Aécio Neves teria comprado apoio político do Solidariedade, por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, usando notas frias.Em maio de 2017, o empresário Joesley Batista, proprietário da empresa JBS, entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação na qual Aécio Neves pede R$ 2 milhões. Para o empresário, tratava-se de propina. Para o tucano, empréstimo. Investigações posteriores chegaram à cifra de R$ 110 milhões que teriam sido transferidos ao parlamentar de forma ilícita.
A vida do mineiro virou de ponta-cabeça. Sua irmã, Andrea Neves, foi presa, apontada como intermediadora nos pagamentos de propina, e ele foi afastado de suas funções no Senado e da presidência do PSDB.
Em abril deste ano, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia feita pela PGR e tornou o senador réu, no âmbito da Lava Jato, pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça.