Armas e pistolas foram encontradas na casa do médium João de Deus durante buscas realizadas, na tarde de terça-feira (18/12), pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). Além do armamento, os agentes apreenderam grande quantia em dinheiro – o montante estava dentro de uma mala.
A corporação não divulgou quantas e quais armas foram achadas, nem qual o valor total do dinheiro confiscado. Todo o material foi levado para perícia na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), unidade responsável pelas investigações.
Nesta quarta (19), a polícia deverá divulgar detalhes da operação. Além da residência do religioso, buscas foram realizadas na Casa Dom Inácio de Loyola, onde o líder espiritual faz atendimentos para fiéis. O médium está preso preventivamente, acusado de cometer abusos sexuais contra mulheres.
As equipes da Polícia Civil chegaram ao local por volta das 14h25, entraram no centro espiritual e vasculharam uma sala que seria usada como departamento administrativo.
A reportagem já tinha informação de que a Polícia Civil deveria cumprir mandados de busca e apreensão nessa terça (18) em endereços ligados ao médium. O objetivo da PCGO é esclarecer pontos contraditórios entre os depoimentos das vítimas e de João de Deus. Foram autorizados mais 20 mandados.
Atendimentos
Em depoimento, o médium declarou que “nunca trancou a porta para atendimentos e, muitas vezes, é o atendido quem a tranca”.
De acordo com João de Deus, a sala onde as vítimas relatam terem sido abusadas também possui um sofá, um local para refeição e um banheiro. Ele contou também que há duas janelas na sala, uma geralmente fica aberta e a outra fechada. “Outras pessoas podem visualizar o interior [da sala] do exterior”, afirmou.
Diante dessas declarações, a polícia fez imagens do local para poder confrontar com todos os depoimentos colhidos.
Ainda segundo a Polícia Civil, durante as buscas feita na Casa Dom Inácio de Loyola, foram encontrados recibos de cursos superiores que seriam pagos por ele a vítimas. A corporação não divulgou detalhes sobre os supostos pagamentos. Além disso, apreenderam mapas que mostram o quanto a casa aumentou de tamanho nos últimos anos.
O advogado criminalista Alberto Toron, que atua na defesa de João de Deus, ressaltou que as autoridades teriam “amplo acesso” a tudo que precisarem. “Não há o que esconder e vamos colaborar”, disse. (Com informações da Agência Estado)