O general Paulo Chagas, que avalia convites de grandes corporações para integrar seus conselhos de administração, sinalizou nesta quinta, 27, em Brasília, que a política liberal preconizada pelo futuro presidente Jair Bolsonaro deve minar os alicerces da corrupção e restabelecer uma competição sadia no mercado, em especial na área da infraestrutura.
Segundo Paulo Chagas, ao contrário do que preconizam segmentos de esquerda, que alimentam a tese da terra arrasada e do catastrofismo, a Lava Jato, literalmente, está limpando os últimos rescaldos da corrupção. Agora, diz ele, com uma política liberal, chegou a hora de competir. “E nada melhor do que a inclusão de destacados players para dar qualidade ao jogo (da competição)!”.
Na avaliação de Paulo Chagas, por mais que tentem bater na mesma tecla, a Lava Jato não destruiu a engenharia nacional. O que acabou, enfatizou, foram “as regras desleais incrementadas ao paroxismo pelos governos petistas, sem dar qualquer chance à competição de mercado”. Foi isso, sustenta, que provocou o encolhimento das gigantes da construção civil investigadas pela Polícia Federal e Ministério Público no âmbito da Lava Jato. Em consequência, acrescentou, muitas empresas perderam posições no ranking mundial e negócios em todos os âmbitos.
– As nossas gigantes passam agora a enfrentar dois desafios para os quais, por construção e pelas circunstâncias, têm que estar preparadas: sanear a imagem (perante a sociedade e o mercado) e vencer a concorrência com grupos estrangeiros que pretendem aterrisar no Brasil.
O momento, do ponto de vista de Paulo Chagas, é de as construtoras provarem “que são competitivas na luta honesta pelo mercado, inclusive as que foram impedidas de crescer e de competir enquanto a regra era a deslealdade. A competição é sempre salutar e quem sai ganhando é o contribuinte que tem melhores serviços e obras a preços justos”, afirmou.
O general entende que o que “destruiu” as grandes empreiteiras brasileiras foram a “ganância, aliada à corrupção. Esses substantivos precisam ser alijados e substituídos por garra e compliance”.
Em texto publicado nas redes sociais, Paulo Chagas lembra, sem citar nomes, que ‘as gigantes’ tornaram-se as maiores “porque trabalharam honestamente ou porque surfaram na onda mansa da corrupção congênita ou porque foram no rastro do furacão da ganância petista. Isto, sem dúvida, é fato”.!
– Alguma lição devemos aprender. As (empresas) que estão nas malhas da Lava Jato, por exemplo, estão pagando caro por acordos de leniência, pela redução drástica da atividade empresarial e pela necessidade de dispensar funcionários e diretores. Lutam para sobreviver e sabem que para isso precisam mudar de atitudes, de procedimentos e de filosofia.
Entretanto, observa o general, a chegada ao mercado de competidoras estrangeiras não pode ser vista como ameaça. Essa possibilidade, afirma, faz parte do processo de recuperação. “E considerando a onda liberal a ser introduzida por Bolsonaro e Paulo Guedes (futuro ministro da Economia), acredito que (a mudança) será bem vinda e que as regras a serem estabelecidas deverão colocar todos em igualdade de condições para que haja, de fato, um bom jogo.”
Por fim, lembrou Paulo Chagas, vale dizer que “empresa com sede no Brasil que cumpre as nossas leis é brasileira e ponto final”. Ou, em outras palavras, a competição externa não deve ser motivo de preocupação. “Que venham (os competidores), ao jogo. Vamos jogar”.