O governador Ibaneis Rocha (MDB) definiu ontem o comando de parte das administrações regionais, com consequências para a Câmara Legislativa. Uma das decisões levará de volta à Casa a deputada distrital Telma Rufino (Pros), que havia perdido a vaga para Jaqueline Silva (PTB) depois de decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (leia Memória). Rufino era suplente do correligionário Fernando Fernandes. O delegado, segundo parlamentar mais votado nas eleições de outubro, com 29.420 votos, foi convidado por Ibaneis para chefiar a Administração Regional de Ceilândia.
Segundo o policial civil, o convite para assumir a administração foi uma surpresa. “Como a Câmara está fechada este mês para balanço, e eu não estava fazendo nada, pensei: ‘Por que não?’. E aceitei o pedido. O convite do governador aconteceu porque houve dificuldade em preencher o quadro na cidade”, explica. Segundo Fernandes, porém, a posição deve ser temporária. “Como havia muitos nomes interessados no cargo, o governador quis organizar a casa até escalar uma pessoa qualificada para ser o administrador. Assumi esta responsabilidade. O meu objetivo é permanecer como administrador durante alguns meses e, quando o governador tiver o nome, volto para o meu cargo como deputado”, prevê.
Durante e depois da campanha, Ibaneis reafirmou o compromisso de tornar a escolha para a administração mais democrática. A ideia é organizar listas tríplices ou sêxtuplas para que a população indique nomes. A maneira como o projeto será colocado em prática ainda não foi divulgada. A intenção é que os nomes indicados no início do governo fiquem até que a medida possa ser implementada.
Nascido em Ceilândia Norte, o policial coordenou as quatro delegacias da maior região administrativa do Distrito Federal: 15º, 19º, 23º e 24º DPs. “Criarei um canal de comunicação com a população, assim como fiz quando fui delegado. As minhas primeiras ações serão com as obras emergenciais, como tapar buracos e realizar a limpeza da cidade”, adianta. Ele acrescenta que manterá parceria com as delegacias e os dois batalhões da Polícia Militar da região. A população poderá colaborar na gestão com sugestões, reclamações e pedidos. “No início do período escolar, pretendo iniciar um sistema de colaboração com as redes de ensino. No que puder realizar de obras e reformas, faremos”, frisa o delegado.
Plano Piloto
A advogada Ilka Teodoro chefiará a Administração Regional do Plano Piloto, uma das mais importantes do governo. Ontem, o PSol, partido pelo qual ela disputou a eleição para distrital, anunciou que Ilka pediu desfiliação para assumir o cargo no GDF. Ela é ligada à luta por direitos humanos, ao feminismo e ao movimento negro. Ilka tem 40 anos. Formou-se em direito, em 1999, pelo UniCeub. Estudou relações internacionais e filosofia na Universidade de Brasília (UnB). Na gestão de Ibaneis Rocha na Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal, Ilka presidiu a Comissão da Mulher Advogada. Ela integrou a primeira Comissão de Advogados Iniciantes da OAB/DF no início dos anos 2000. Foi ainda orientadora e professora no Núcleo de Prática Jurídica do UniCeub durante 10 anos.
Delegacias
A cúpula da Polícia Civil definiu 22 das 31 chefias de delegacias. Nove nomes permanecerão nos cargos. A ideia é manter no comando os delegados das unidades do Cruzeiro, do Recanto das Emas, do Gama Oeste, de Taguatinga Centro e de Santa Maria. Atuam nessas delegacias, respectivamente, Cláudia Alcântara, Pablo Aguiar, Francisco Antônio, Josué Ribeiro e Rodrigo Telho.
Ainda no período de transição, o novo diretor-geral da Polícia Civil, Robson Cândido, havia definido as chefias de cinco unidades policiais: 1ª DP (Asa Sul) e 2ª DP (Asa Norte) continuarão sob o comando dos delegados Gerson de Salles e Laércio Rosseto. A 5ª DP (Área Central), a 11ª DP (Núcleo Bandeirante) e a 19ª DP (P Norte, em Ceilândia) tiveram a chefia substituída: assumem o cargo Glayson Gomes, Rafael Bernardino e Jônatas Silva, respectivamente (veja Delegacias circunscricionais).
Exceções nas exonerações
Depois de publicar decreto que exonerava todos os servidores comissionados da estrutura do GDF, o governador Ibaneis Rocha (MDB) publicou uma correção ao documento em que adiciona exceções. Todos os responsáveis por empenho, liquidação e pagamentos, por exemplo, continuarão nos cargos, assim como gestantes, supervisores escolares e coordenadores regionais de ensino.