Preto, favelado e primeiro vereador LGBT da cidade do Rio de Janeiro. É assim que se apresenta, no Twitter, o agora deputado federal eleito David Miranda (PSol-RJ), suplente de Jean Wyllys (PSol-RJ). Com a renúncia do correligionário, ele deixará a Câmara Municipal para assumir a vaga deixada na bancada da sigla na Câmara dos Deputados.
Miranda é jornalista, tem 33 anos, e obteve 17.356 votos nas eleições de 2018 na disputa para deputado federal. Dessa forma, ele garantiu a primeira suplência do partido. A sua principal bandeira de militância tem sido a causa LGBT, além da “luta por direitos civis aos segmentos da sociedade que sofrem preconceitos”.
Ele é casado com o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que ganhou notoriedade após a divulgação do caso Edward Snowden, que denunciava programas de espionagem dos Estados Unidos contra empresas e lideranças de outros países, entre eles, o Brasil, o que lhe rendeu o prêmio Pullitzer, em 2014 – maior premiação do mundo para jornalistas.
Em 2013, Miranda foi detido pela polícia londrina no aeroporto de Heathrow quando viajava de volta da Alemanha para o Brasil. O vereador foi interrogado e ficou detido por nove horas, acusado de terrorismo. Ele ficou incomunicável e sem direito de fazer ligações telefônicas ou contatar advogados.
Após o interrogatório, seu laptop, telefone, computador, câmera e outros objetos pessoais foram apreendidos. À época, a Anistia Internacional afirmou que Miranda foi “claramente vítima de uma injustificada tática de vingança” contra as revelações do seu parceiro.
Em 2017, o então vereador David Miranda anunciou na sua conta no Facebook que ele e Greenwald haviam se tornado pais de duas crianças, João Victor e Jonathan.