O presidente Jair Bolsonaro exonerou Marcelo Henrique Teixeira Dias, mais conhecido como Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), do cargo de ministro do Turismo. O decreto foi publicado na edição desta quarta-feira, 6, do Diário Oficial da União, e não traz justificativas para a medida. Álvaro Antônio foi reeleito deputado federal em 2018 com a maior votação do Estado: 230.008 votos.
A exoneração foi assinada por Bolsonaro na terça-feira, um dia depois de o jornal Folha de S. Paulo denunciar que Álvaro Antônio teria participado de um suposto esquema de candidaturas “laranjas” em Minas Gerais com o objetivo de desviar recursos eleitorais e beneficiar empresas relacionadas ao seu gabinete.
Segundo a reportagem, quatro deputadas do PSL teriam recebido R$ 279 mil do comando nacional do partido de Bolsonaro para suas campanhas. Apesar de ficarem entre as 20 candidaturas que mais receberam recursos no País, elas tiveram votações baixas – menos de mil votos cada -, o que indica a possibilidade de que tenham sido de fachada.
Ainda de acordo com a denúncia, do total recebido, R$ 85 mil teriam sido usados para contratar serviços de quatro empresas de assessores, parentes e sócios de assessores de Álvaro Antônio.
Na segunda-feira, ele usou o Twitter para rebater as acusações e afirmou que a distribuição do fundo partidário do PSL em Minas Gerais cumpriu as exigências legais. Na ocasião, o então ministro disse que foi “alvo de uma matéria que deturpa os fatos e traz denúncias vazias”, além de ser uma tentativa de desestabilizar o governo. “Reforço que a distribuição do Fundo Partidário do PSL cumpriu rigorosamente o que determina a lei. Todas as contratações da minha campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”, acrescentou.
Bolsonaro exonerou temporariamente no dia 1.º três ministros que possuem mandato na Câmara para que votassem na eleição à presidência da Casa: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Casa Civil, Tereza Cristina (DEM-MS), da Agricultura, e Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania. Imediatamente após a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o comando da Câmara, os ministros foram reconduzidos a seus cargos. O ministro do Turismo, no entanto, não estava envolvido na operação.