A líder comunitária Iara Fernandes de Oliveira voltou a ser presa nesta terça-feira (12/2) durante operação da Delegacia do Meio Ambiente (Dema). Um outro homem, identificado como Pedro Henrique da Cunha Maia, também foi detido. De acordo com as investigações, eles fazem parte de uma quadrilha especializada em grilagem de terras no Distrito Federal.
Com a promessa de regularização, o grupo vendia lotes em área pública ao custo de R$ 7 mil, em até 10 parcelas, para famílias carentes de Planaltina e do Paranoá. A organização criminosa chegou a arquitetar um plano para tentar resgatar Iara de Oliveira quando ela estava presa na 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina). Os bandidos não obtiveram sucesso no resgate.
A ação desta terça é uma continuação da Operação Terra Limpa, deflagrada em 25 de janeiro. Por ser considerada líder da quadrilha, Iara foi alvo de prisão na primeira fase da operação. A mulher, no entanto, foi colocada em liberdade após audiência de custódia.
Nesta manhã, o mandado de prisão foi cumprido porque ela desobedeceu a sentença que a impedia de fazer reuniões com moradores. Segundo a Polícia Civil, também há denúncias de que ela ameaçou testemunhas.
Traficantes armados
Apontada como uma das principais chefes da quadrilha, Iara foi candidata, em 2018, ao cargo de deputada distrital pelo Partido Social Cristão (PSC), mas não se elegeu.
Para impedir a ocupação de espaço sem o devido pagamento aos líderes da quadrilha, a segurança no local era feita por traficantes armados. “Quem adquirisse um lote e não pagasse, tinha os bens saqueados e o barraco demolido ou incendiado”, informou a PCDF.
Os suspeitos de integrarem a organização criminosa responderão pelos crimes de uso irregular de solo urbano, parcelamento irregular do solo, danos ambientais, associação criminosa armada e estelionato.